quinta-feira, 21 de março de 2019

MÃE DE DEUS E MÃE DOS POBRES



Gostaria de partilhar com vocês uma reflexão que sempre me ocorre, quando chamo Maria, Mãe de Deus e Mãe dos pobres,

Não é recente na Igreja, se falar e muito em pobres – aliás, é sua obrigação, uma vez que Jesus não advertiria “os pobres tereis sempre entre vós” reclamando somente a atenção que lhe era devida, ou em seu favor, mas prevenindo que por todos os tempos nos deveríamos ocupar com eles, pois “ninguém tem o direito de ser feliz sozinho”  (Raul Follerau). Nossa igreja particular, por sinal, a Igreja de Vitória, como muitas outras por todo nosso país,  como também insiste o Papa Francisco, entre suas prioridades,  reafirmou a opção preferencial por eles. 
Os pobres aos quais me refiro, não são necessariamente, aqueles que não têm salário, quanto mais digno, casa para morar, o que vestir e o que comer. Estes são antes, verdadeiras vitimas do sistema iníquo  que privilegia uma minoria, que se apossou da maior parte da “fatia do bolo” dos bens da terra, querendo tudo só para si. São melhor incluídos nos que formam aquela turma que melhor se denominam empobrecidos, tornados pobres compulsoriamente, por lhes serem negadas voz e vez.
Ser pobre e filho de Maria é ser feliz. É possuir sem ser possuído. É aquele alguém que  pode ter muita coisa, possuir dinheiro e bens, mas pelo seu desapego de tudo, fazem  parte daqueles que Jesus proclamou bem-aventurados, acrescentando que deles é o reino dos céus.
Por muito tempo, no próprio livro sagrado se lia esta bem aventurança como dos ‘pobres DE espírito’. Esta palavrinha muda demais o sentido real. Pobres DE espírito são as pessoas medíocres, gananciosas mesquinhas e avarentas,  não se incluem entre os bem-aventurados.
Ao invés, o importante é que sejamos pobres pela graça de Deus, pobres, ou seja, humildes, inteiramente dependentes de Deus, entregues a Ele, ao seu projeto e à sua vontade, confiados na sua providência, não, autossuficientes, não, vivendo esquecidos Dele, indiferentes ao seu plano de amor tão grande que o levou ao patíbulo da cruz, dando até a última gota de seu sangue.
Como esquder Brumadinho?
E assim, seremos pobres filhos de Maria.        
Não esqueceremos que vivemos num país imenso, onde a riqueza não faria nenhum rico ser mais pobre com uma boa distribuição dos bens da terra entre todos aos quais ela se destina. Carecemos de políticas públicas como evidencia a Campanha da Fraternidade. O amor é tudo e pode reverter situações de injustiça, tornar melhor os bons e fazer bons os que não o forem.
Por isto, pedimos: Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe dos pobres, liberta-nos de toda autossuficiência, da nossa soberba, dá-nos de compreender o verdadeiro valor de ter um espírito de pobre, para que confiemos mais em Deus e O façamos Senhor das nossas vidas e seremos capazes de ajudar o mundo a ser melhor.
Yexto do programa COM MARIA PELAS ESTRADAS DA VIDA.