sábado, 17 de fevereiro de 2018

REALIDADES


Quando a Constituição Federal prevê que os poderes constituídos da República se constituem do Legislativo, do Executivo e do Judiciário prevê também a forma com que os candidatos hão de galgar os respectivos cargos, cujas funções se diferem, mesmo sendo imprescindível a existência de harmonia entre os três.

Um Presidente da República exerce o ápice do poder, competindo-lhe servir ao país, sentir-se como verdadeiro, verdadeiro servo do povo, jamais valer-se do cargo para seu próprio benefício.

Naquele dia em que os Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (RS), não só confirmaram a sentença do Juiz Sérgio Moro que condenou Lula, mas aumentaram sua pena, o Brasil respirou aliviado, viu algo de bom acontecer. Confirmou-se que as cominações e penas destinadas aos delinquentes, não é só para descamisado ou remediado, mas pra todos.

Não acho certo tripudiar sobre um morto, mas acaba-se por imperativo, falar, já que ele continua fazendo “visagem pra assustar”. Sempre me motivou o desejo de que esta nossa Pátria dotada de tantos bens, tanto amor – de paz já não se pode falar – onde apesar das maldades, ainda temos uma natureza que esquece os ultrajes que lhe são impingidos e continua revelando-se como um hino verde que atinge as alturas e louva o Criador.

Quando falamos que muitas ou certas pessoas não têm capacidade de ocupar certas funções, há quem diga que é preconceito, que é bobagem “que todos são dignos” como disse a atriz Beth Faria, anos atrás, para justificar seu voto ao candidato a deputado federal, o Cacique Juruna.

Só para não sair do campo político, eu pago para ver se alguma corte em qualquer instância, se algum empreendedor  contrataria o Sr. Lula da Silva para assessoramento seu e o querem mais uma vez, apesar  de tudo que fez de errado, de todos os crimes que cometeu, apesar do espólio que praticou, como Presidente da República. 

São hipnotizados pela sua capacidade de ludibriar, enquanto o mesmo declara claramente que vai  (ia) arranjar (que mina infindável!) muito dinheiro para comprar votos de baianos a R$ 10,00 e voltaria à presidência. Em outros termos, repetiu  o que disse em resposta à interpelação a ele feita para reeleger Dilma: “vocês não sabem do que somos capazes”.

E nós, os “abestados”, apesar de intuir, não sabíamos. Eu mesma viajando pelo Brasil ao ver tantas placas da Odebrecht em obras públicas de grande porte chequei a repetir: “essa Odebrecht é sócia do Brasil”. Por ironia, inteligentemente, alguém para fazer notar quem mandava no Brasil, publicou nas redes sociais,  uma foto do Sr. Marcelo, ex-presidente da mega empresa, envergando a faixa presidencial no peito. Sem legenda, e precisava?

Já se tornou público que o Ex Ministro do STF, Sepúlveda Pertence, respeitável nome do mundo jurídico nacional, (título cuja continuidade de posse vai depender das jogadas que vier a fazer, e virão a público, porque nada fica oculto debaixo deste céu) foi contratado nada menos que por R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) para defender o Lula.

Reconheça-se que para quem gosta de propalar sua origem humílima, proclamar-se a pessoa mais honesta deste mundo, como se explica para quem é apenas um torneiro mecânico depois de exercido o cargo de Presidente da República, dispor de tão alta quantia, para regiamente pagar uma defesa. E Deus não queira, já se ouve um burburinho de que os caminhos foram devidamente aplainados.

“E de um amigo” seu? Eta homem que não toma jeito! Continua sendo comprado a peso de ouro, embora o contrato seja de risco, por quem interessa sua volta ao poder, para deste modo continuar a tirar proveito.

Ainda causa perplexidade e prova interrogações a  origem da fortuna do tal Lulinha, adquirida exatamente no tempo em que seu pai exerceu a presidência, se era simplesmente “um recolhedor de detritos animais” no jardim zoológico em que trabalhou.

Não queiram nos continuar tentando a tratar como “trouxas”. “Os pobres são os preferidos de Deus”. O grande Papa Francisco fazendo tornar mais claro o preceito, proclamou um “Dia Mundial dos Pobres”. E que ninguém se esqueça o que disse Jesus: “tudo aquilo que fizerdes ao menor dos mus irmãos, a mim o   fareis”. E segundo a sabedoria popular, “quando Deus tarda vem no caminho”. Nem pagamento a peso de muito ouro evita a realização dos Seus projetos, da realização de Sua justiça.

E ninguém me venha repetir que os antecessores de Lula, fizeram o mesmo e não foram condenados. “a batata deles está assando”. Mas “pera ai”: desde quando um erro justifica outro?

É claro que todos que traíram a confiança da nação, que cruzaram os dedos anulando o juramento constitucional proferido na hora da posse devem pagar pelo que fizeram.

É lamentabilíssimo que o STF venha decaindo na confiança dos seus jurisdicionados pelas repetidas decisões incompatíveis com a boa e eficiente administração da justiça.

 “Será o fim da picada” se se consumar por uma manobra infeliz,  que a massa está sendo preparada para que tudo acabe em pizza.

Mas não é menos verdade que para termos o direito de denunciar, de criticar, até de espernear, diante de tais condutas é preciso que promovamos em nós as mudanças que esperamos das pessoas com as quais convivemos e das instituições. Continuaremos a ter maus governantes, se os governados também não forem honestos; se no momento do voto estiverem possuídos dos mesmos interesses personalíssimos da choldra.

E para fazer crescer nossa decepção, sabemos que tal milagre está bem distante já que continuamos a testemunhar, por exemplo, a delitos perpetrados por aqueles que ao passarem por um caminhão tombado, carregado de pneus, (de outros valores, em outras oportunidades) cujo motorista ali estava  morto, saquearam desavergonhadamente  a carga.

Este é o nosso pais, de uma classe política que suga o que não  lhe pertence, mas também de muita gente capaz de fazer qualquer coisa para dali obter o próprio proveito.

Aaafff!


Marlusse Pestana Daher                                                                          Vitória, 17 de fevereiro de 2018