segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

AINDA É TEMPO

AINDA É TEMPO mas como a gente não faz a hora vai retardando.  Escrevi este artigo há quinze anos, note-se que ainda serve.

        Ouvindo entrevista de um cientista político conclui, o que já entrevia, que as pesquisas para eleição de deputado estadual refletem a falta de possibilidade da maioria dos candidatos divulgarem suas idéias, permanecendo desconhecidos, não se elegerem e tudo ficar como antes.

 O que predomina é a focalização das atenções nos dois candidatos a Governador, a tendência a votar nos mesmos, principalmente, nos que fizeram muitos distorcidos favores ou distribuem “oncinhas”, notas de 50 reais, (dizem alguns). Um Cláudio Vereza, que não é otário, pode não se reeleger.

Percebe-se no eleitor, uma irrefreável sede de obter vantagem, mesmo chamando o candidato de ladrão (título outorgado indistintamente a políticos), ou sabendo que é completamente desprovido de virtudes, se dele recebe algo, o resto que se dane.

Nos bastidores da Frente Popular Parlamentar, do PSB, um gemido seco domina o ânimo geral. Provavelmente, uma única (re)eleição, é o que acontecerá. Um detalhe é evidente, o partido aceitou um candidato a governador, sem nenhuma relação com sua história, ligado a outros candidatos a deputado com quem tem toda afinidade desejada e que no entanto, apesar de tudo, também correm  risco de não eleição.

Citado candidato, aboletado na sua t r a d i ç ã o, (ou sei lá o quê) ignorou os candidatos do seu partido, que pelo menos hoje, é o PSB, e, escudado em outras siglas e ladeado por outros menestréis, partiu pelos caminhos da terra capixaba em busca do voto que o leve ao Anchieta.

Já reparou – e como! - que, sem renovação na Assembléia, poderá ter sérias dificuldades, se eleito. Poder-se-á deparar com um parlamento que sabe dar “bons nós” na caminhada de um governador...  Cairá por terra sua fama de que será um grande governador tal qual foi prefeito de Vitória. Talvez o povo ainda não tenha reparado que é impossível ser mau prefeito de uma capital que dispõe de tantos recursos.

O partido por sua vez, concentrou suas forças na eleição de um deputado federal, negou palanque aos deputados estaduais e o tempo total a que têm direito na televisão. Relegou-os aos minguados 40 segundos que lhes sobrou, a não passarem de poder dizer além de uma única frase, sendo a televisão tão preciosa.

Em público o digo, candidatos a deputado estadual, sufocam um grito preso na garganta. Não puderam fazer sua pregação cívica, esclarecer o povo sobre a soberania do seu gesto de votar e outras coisas mais. 

Não posso calar. Se a isto se chamar de “infidelidade partidária”, opto por ser infiel e voltar a dizer ao povo que deve redobrar sua atenção na escolha dos candidatos aos diversos cargos. Se não protagonizarmos a nossa própria história, seremos marionete de outra, comandada pelo crime organizado, pelo tráfico, etc. O que nos diz ter Vitória servido de refúgio ao mais procurado pela polícia nos últimos tempos? Qual será a sorte dos nossos filhos num futuro que é amanhã? Chega de acomodação, de repetir resignadamente  “que gente honesta não ganha eleição”, ou não somos todos honestos?  A sorte está lançada, mas ainda é tempo de revertermos o quadro, queiramos.

Este ano voltamos às urnas e todos somos chamados a um posicionamento sério e participativo, Acomodar-se é covardia.

Marlusse Pestana Daher