
Curioso! o que será que moveu aqueles que quiseram
enfatizar ou quiseram um dia para cidadania, que de resto passou em brancas
nuvens. Pelo que observei, só pessoa como eu ou que quis fazer o que fiz
tiveram presente a comemoração. Comemoração? Mas não houve comemoração. Nem as
redes sociais que falam de tudo e de todos a mencionaram.
Mas imagino que a intenção tenha sido fazer lembrar às
pessoas sua condição de cidadãs, homens e mulheres que moram na cidade.
Você sabe o que é uma cidade, claro! Um espaço, um território,
onde moram pessoas, as quais em nome da boa convivência, são sujeitos de direito
e de tantas outras obrigações ou deveres, de cuja fiel observância depende a
paz.
Cidadania é o conjunto desses direitos e deveres que cada
um deve cumprir e outro conjunto de deveres a observar.
Por mais simplórios que sejam cidadãos e cidadãs, todos
são dotados de discernimento suficiente para distinguir o certo do errado. Na
hora que deve praticar qualquer gesto ou ato, ou proferir palavra, uma espécie
de sino toca na sua consciência. Acordes melódicos se de aprovação;
insistentes, menos espaçados, irritantes até, se de reprovação. De modo que,
seguindo o sino, não há chance de errar.
O cidadão respeita as regras da boa convivência na
comunidade da qual faz parte. Ele é livre de uma liberdade que, no entanto
acaba onde a do outro começa. Quem pensa que pode tudo, está redondamente enganado.

Neste dia da cidadania, vamos lembrar de tudo isto, tem
a ver com a Oração de São Francisco que comentamos.
Tomara que mais do que de democracia, falemos de
cidadania. Aquela sem esta, no mínimo é só fraqueza, ao passo que quem se sente
cidadão não foge a luta, facilita a vida dos outros, cumpre exatamente a sua
parte no que lhe é atribuído.
E não precisaremos de um dia, porque na verdade dia de
cidadania é todo dia.
Marlusse Pestana Daher
Vitória, outubro de 2016