Artigo de 9 de julho e 2001
Os acontecimentos comprovam com sempre mais dilatada
evidência que já não somos um estado governado e que as crises instaladas
tendem a se tornar ainda mais graves com irreparáveis prejuízos para a
população, particularmente para os mais pobres que dependem dos serviços
essenciais que ao mesmo Estado lhes compete prestar.
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Elas têm direito inalienáveis. |
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Há algo instalado e organizado nos bastidores, no
sentido de tudo ser feito em favor da impunidade daqueles que enriqueceram a
custa do erário em outros mandatos, no curso dos quais não se
procederam como devido ou mediante CPIs, às investigações respectivas. Nem
se olvide que ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo Ministério
Público, capazes de punir exemplarmente os ímprobos, são atravancadas para
permanecerem “in eterno” nos escaninhos das varas para onde foram distribuídas.
Não há quem resista a tanta pressão e que diante de
tantos ataques tenha a serenidade necessária para continuar detendo o
equilíbrio do qual carece para tomar as decisões que a cada momento são
reclamadas.
A gravidade se agiganta, ante a constatação ou, ao se
saber que parte dos que se arvoram em querer bater o martelo a qualquer
instante e promover o afastamento, também são passíveis de terem um martelo que
bata contra eles, até por merecerem muito mais.
Na zona instalada pelo caos, acabam de parar por tempo
indeterminado, os profissionais da saúde que trabalham nos diversos hospitais.
A zero hora de ontem paralisaram os trabalhadores do IESP (Instituto Estadual
de Saúde Pública). Hoje, estava ameaçada paralisação no Hospital Infantil, onde
é atendida aquela que é considerada prioridade absoluta, a criança. Quanto mais se não fosse!!!
E quem na última sexta-feira, em
palestra sobre “Cooperativismo a Luz dos Direitos Humanos”, divulgava-os alto e
em bom som, demonstrando que o que está escrito nos trinta artigos da
Declaração Universal promulgada pela ONU, está escrito também, no título II,
dos Direitos e Garantias Fundamentais da nossa Constituição Federal, exatamente
no artigo 5º, mas até o 17 e que tentava
manter acesa onde ainda fumegava débil e procurava acender onde se apagou, a
chama de tal certeza, ou ao menos a esperança,
no ânimo dos interlocutores, pós graduandos em cooperativismo, eis aqui,
fazendo um esforço enorme para repetir que os direitos humanos continuam
existindo e que precisamos continuar lutando por eles.
Até mesmo, não
desconhecendo razão que assiste a Guilherme Nucci que na semana passada, me
mandou um e-mail dizendo que gostou do artigo – A Luta pela Cidadania - concluído
assim: “Sou
um eterno e bravo lutador pela cidadania e não vou desistir, mas confesso que o
adversário ganha praticamente todas”.
Será
que é por causa de muito futebol arte, muita praia bonita, muito humor, muito
samba rasgado, escola de samba, camisa riscada, samba no pé, de certo modo,
muita liberdade usada pelo avesso, loteria, bingão, pouca escola, profissional
de educação mal pago, alma brasileira, em se plantando tudo dá, mas eu não
planto não... ou deixa que eu planto depois,
tempo passando, tempo perdido...
Poucos
em proporção a todos os outros, mas há os espertalhões que vão juntando tudo
que todos os outros deixam pra lá. Ai a
razão das diferenças. Ai reside o mal.
Mas se o povo quiser pode mudar tudo isto. Então,
gente, a hora é agora, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. O ano
que vem já vai chegar!