CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2002
Olhados com desdém e porque da imagem de índios que muita gente ainda conserva na memória, os atuais, pouco ou nada têm, não será sem
enfrentamento de um novo desafio, (ela já está acostumada), que na quaresma que se aproxima, a Igreja Católica desenvolverá a sua Campanha da Fraternidade. Com sabedoria, se vale da fertilidade do tempo e adota essa especial estratégia de evangelização.
Em
cada ano, é escolhido um tema sobre o qual se desenvolvem as reflexões
previamente e cuidadosamente elaboradas lançadas em todos os recantos do país.
Neste, ao lado da FRATERNIDADE a todos comum, vêm os POVOS INDÍGENAS.
O
Código Penal Brasileiro prevê sujeição à lei brasileira, mesmo sendo cometido no
estrangeiro, do crime de genocídio. Tenho impressão que se trata de letra
morta. Ninguém jamais foi punido. E há
quinhentos e dois anos, em nossa pátria amada, foram encontrados compondo 970
povos, mais de 5 milhões de representantes desta gente. Estão reduzidos a 330
mil pessoas, que formam 215 nações e falam 180 línguas. Dessas, 1800 vivem em
nosso Estado.

A lembrança da história de luta e
resistência por parte dos índios traz ainda, sem esforço, à nossa reflexão, a
condição dos povos negros arrebatados do seu país nativo, além dos imigrantes
pobres que de alma e coração abertos, atravessando não sem pena, nem dor,
imensidão de mares, aportaram nesta que sonhavam vir a ser uma terra sem
males.
Passeios turísticos às do sul do país,
levam-nos a visitar, sem aprofundamento do que traduz, o semidestruído templo de
São Miguel, “monumento-testemunha do massacre do povo Guarani, da resistência e
da grandeza dos povos indígenas de toda a América. Suas pedras escurecidas pelo
fogo e pelos séculos narram com seu terrível silêncio a passagem dos
bandeirantes, a devastadora passagem dos exércitos de Portugal e da Espanha”. E
fazendo iniciar a marcha dos povos indígenas do continente buscando seu próprio
rosto, sua identidade, revela originalmente os massacres sepultados pela
história oficial ao mesmo tempo em que demonstra toda a força de sua esperança
num continente libertado”.
Mesmo que se tenha alguma dificuldade em
aceitar o que vai ser lembrado a respeito dos males que foram causados ao
índio, seria de bom alvitre aproveitar ao menos pela tangência, a oportunidade
de selecionar verdadeiras convicções que ajudem a fortalecer os fios que tecem a rede da
solidariedade cotidiana, que se manifesta na prática de todos e no apoio à
causa dos oprimidos.
Se não por outro motivo, considerando
que quando a opressão é tanta, pode gerar rebeldia e as vítimas podemos ser
todos, cooperemos pelo advento o quanto antes desta terra sem males/ivy marã
ei.
Marlusse Pestana Daher