Preparar, com Nossa Senhora, a Solenidade do Corpo de Deus,
a Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, é tentar preparar
com a Mãe a grande Solenidade de Jesus, seu Filho. Sempre estamos cheios de
lembranças como do Congresso Eucarístico Nacional que se
realizou em Brasília.
Quando, na última Ceia, Jesus afirmou: “Tomai e comei isto é o meu
Corpo”; e mais adiante disse: “ Tomai e bebei é o Cálice do meu Sangue”, referia-se
ao dom pleno de Si mesmo, à entrega total da sua vida, do seu amor, de todo o
seu ser. Por isso dizemos: Corpo, Sangue,
Alma e Divindade de Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, Filho de Deus e
Filho de Maria.
O Senhor Jesus Se oferece na Ceia e renova a sua oferta no
Banquete sagrado do altar, é o Filho de Maria de Nazaré. Daí que o Senhor que
temos no sacrifício do altar, que renova o do Calvário, é carne da carne de
Maria, é sangue do seu sangue. Verdadeiro Filho, gerado no seio de Nossa Senhora,
oferece a sua vida por nós. Vida que veio de Maria, corpo gerado no ventre
sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria.
A Eucaristia é, por isso, dádiva de Maria, foi Ela que O gerou, O
deu à luz no Presépio, O ofereceu no Calvário.
O “sim” de Jesus ao Pai e à sua vontade, a oferta de Jesus na
Cruz, correspondem ao momento máximo do “ sim “ de Nossa Senhora. Ambos estão
unidos pela mesma dádiva. Ele oferece-Se e Ela oferece-O e oferece-Se com Ele. Em cada Eucaristia
celebrada em Igreja e pela Igreja, Jesus renova a sua oferta e Maria está
misticamente presente, oferecendo-o e oferecendo-Se. Ela é a Mãe do Pão Vivo
descido do Céu, é a Senhora do Santíssimo Sacramento, é a Mãe de Jesus Vivo e
Glorioso que Se dá a nós em cada Eucaristia.
Não sabemos, por dados da Escritura ou da Tradição, se Nossa
Senhora esteve presente na última Ceia, mas sabemos que acompanhou os cristãos,
nas comunidades primitivas, dum modo particular em Jerusalém, nem que teria
participado alguma vez na “fração do pão”, na Ceia, celebrada por S. João ou
algum dos outros Apóstolos. Se assim foi, se Maria participou da Eucaristia, se
Ela comungou , voltou a receber dum modo eucarístico, Aquele que tinha gerado e
dado à luz.
Fecha-se o círculo dos mistérios: volta a entrar nela, pela
Eucaristia, o que dela saiu, no nascimento no Presépio. Ela é de todos os modos
a Mãe de Jesus Eucaristia e sem Ela, não teríamos o Corpo e o Sangue para ser
oferecido na Cruz e, agora, ser recebido no altar no Banquete Sagrado.
Convidados a viver durante o mês de Maio o mistério da vida de
Nossa Senhora, podemos e devemos celebrá-lo em Eucaristia. Quem
melhor que Nossa Senhora, a Mãe do Pão do Céu, poderá ajudar-nos? Com Ela
celebremos o amor eucarístico. Com Ela, cada dia, preparemos a Eucaristia. Com
Ela, a Mãe da Eucaristia, a Mãe do Pão do Céu, celebremos o amor de Deus que
nos dá a graça de participar no Banquete Sagrado.