Há pouco conversava com
Adriana que me falou do amor inato de seu filho pela pátria. Está bem adiantado
no colégio, foi aconselhado pelos professores a estudar Direito porque quer ser
diplomata para que, onde estiver, esteja trabalhando pela grandeza do seu país.
Vitor tem 17 anos e
estuda em colégio que conta com um número de pessoas a afirmarem que é o melhor
da Ilha, mas eis que o menino descobriu perplexo que ainda não sabia cantar o
Hino Nacional Brasileiro o que o levou a pesquisar na internet e cantar junto
para aprender. Vi seu quarto onde uma pequena bandeira tremula sobre a mesa de
estudos. O ambiente conta com uma bandeira do Brasil num tapete, pelo seu
aniversário os colegas o presentearam com quê? uma Bandeira do Brasil. E já manifestou
a sua mãe o desejo de ter na parede de seu quarto uma decoração que ao menos
lembre a mesma Bandeira do Brasil.
Indiferente aos que
dizem que a linguagem sabe à antiguidade, vou dizendo por aqui: no meu tempo de
escolar, todos os dias cantávamos um hino antes de ingressar nas salas de aula. Saudávamos com a mão direita
sobre o peito esquerdo, do lado do coração, “o lindo pendão da esperança, o
símbolo augusto da paz” que “nos traz a lembrança da pátria”. Lembro-me do hino
às arvores que exalta o verde e ev a primavera “festiva e garrida”; do Cisne
Branco que “em noite lua vai navegando de norte e sul, qual linda garça,
singrando os mares, os verdes mares, os mares verdes do Brasil; claro, do Hino
Nacional Brasileiro reservado para as quintas-feiras, enquanto a Bandeira ia
subindo pouco a pouco para no final atingir o ponto mais alto do mastro onde
depois de fixada, permaneceria pelo resto do tempo na sua missão de lembrar e
fazer amar a terra em que nascemos da qual disse o poeta à criança: “não verás
nenhum país como este, imita na grandeza a terra em que nasceste”.
Ouso divergir que são
coisas da evolução dos tempos, da modernidade e protesto contra quem ao invés
de depor na alma humana sementes de amor pela Pátria, enquanto ela é mais
receptiva, muito mais passível de absorver o amor pelo seu torrão natal, valoriza intercâmbios em outros países, “são
mais desenvolvidos, mais civilizados” afirmam,
e lá se vai o adolescente viver uma realidade que não é a sua, para
quando voltar querer mudar sua casa e sua realidade social, mesmo que seja
sozinho, desconhecendo que só juntos somos mais.
E viva Vitor, que dá aos
colegas lição de amor pela pátria, quem sabe contamine-os e em breve estejam
repetindo com o soldado brasileiro, aquele que escolhe entre viver numa “Pátria
livre ou morrer pelo Brasil,” e ressoarão de novo nos ouvidos de todos o hino
do soldado brasileiro: “nós somos da Pátria amada, fiéis soldados por ela
amados;” pois “a paz queremos com
fervor” já que “a guerra só nos causa dor” e, “se a Pátria amada for um dia ultrajada,
lutaremos com valor”.
Inventaram-se novos
métodos, focalizaram-se outros objetivos para a educação, olvidaram-se os bons
e antigos princípios, a educação não melhorou porque a melhora em si é
inexpressiva se não se reflete no todo. Uma das mais gritantes provas se traduz
pela violência que campeia.
Se nem tudo tinham os
antigos, nem tudo temos os modernos, com a conservação dos valores passados,
harmonizados com valores do presente, certamente, serão melhores quaisquer
resultados.
Para começar, voltemos a
cantar hinos!
Marlusse Pestana Daher
26/6/2012 06:55:17