segunda-feira, 16 de abril de 2012

NOSSA SENHORA DA PENHA

SENHORA DA ROCHA E DO AMBIENTE

A cada ano se renova o espetáculo de fé que a festa de Nossa Senhora da Penha sempre proporciona na segunda-feira seguinte ao 1º domingo de Páscoa. Neste ano, em 8 de abril.
Às celebrações que acontecem durante o oitavário, acorrem milhares de pessoas sequiosas de amor, do amor que têm para dar e que também esperam receber em forma de graças pelas mãos benditas daquela que todas as gerações chamarão bem aventurada. 
É curioso notar que quem o afirmou foi a própria Senhora nossa, após ter contaminado Isabel com a força do Espírito Santo da qual se plenificara, quando em adesão perfeita ao projeto do Pai, disponibilizou-se sem reserva para que consigo acontecesse tudo o que fosse segundo a Sua vontade, já que vivia plenamente a certeza de não ser mais que Serva do Senhor. Ao mesmo tempo, tinha toda consciência de que tal submissão significa a plenitude da paz.
Não foi uma afirmação improvisada. Maria conhecia as escrituras. O que acabava de afirmar consta do Antigo Testamento mais precisamente em (I Sm 2,1-10), o que demonstra que Maria conhecia a Sagrada Escritura e a meditava e desde então já guardava a Palavra no seu coração.
A vida de Maria nos permite um rosário infindável de descobertas, novas e adaptadas ao nosso tempo. Porque Maria quis que seu santuário fosse construído lá no topo da rocha, temos as versões do quadro que sumido era encontrado lá em cima. Maria quis estar no alto para divisar todo o entorno onde estivessem seus filhos.. E por que entre o verde da mata?
Ah Maria é verdadeira poetisa! No alto, está mais perto do céu e tem um mundo de mar com o qual se extasiar. Maria está no meio da floresta, de uma fração que se mantém conservada da “Mata Atlântica” abundante no Brasil de ontem, hoje reduzida a uns cinco por cento. Ali, tudo é feito para que seja conservada. Ali, há pássaros que com seus cantos, entoam em sinfonia, louvores ao Criador; bichos que rastejam e na sua locomoção vão-se encarregando de difundir espécies, micos saltitantes, uma variedade de animais, muitos que até nem são vistos, mas ali está um ecossistema exuberante e cumprindo potencialmente o papel que tem entre as criaturas de Deus.
Deste modo, penso que Maria deveras já sabia os depredadores em que se constituem mulheres e homens e com carinho de mãe os exorta a protegerem a terra e a floresta de onde recavam todas as coisas de que precisam para a vida, para poder viver.
Assim, quando neste ano, subirmos a Penha, por qualquer das duas ladeiras, além de entoarmos hinos e orações, detenhamo-nos na contemplação do verde que ali permanentemente entoa salmos à vida. Analisemos aquelas vidas e nos deixemos transbordar de compaixão pelas tantas agressões sofridas.
Em relação ao ambiente, agir com paixão é tudo que de tanto precisamos. Coloquemo-nos ao lado de Nossa Senhora, ouçamos sua voz que nos vai mostrando os detalhes, que nos conta de como e com quanto amor seu Filho criou tudo que ali se vê; por nós, por nosso amor e nesta festa da Penha, façamos um propósito solidário: pelas mãos de Maria, ser defensores ferrenhos do ambiente, amar e cuidar dele com paixão, não o usemos como se fossemos seus senhores absolutos, mas como quem sabe que muitas gerações que ainda estão por vir, precisarão dele saudável e íntegro.
Aqui está uma forma de festejar Nossa Senhora da Penha, mais que com louvores comuns que muitas vezes não passam de entusiasmo passageiro, concretamente, como resposta a um amor sem fim. Sentir o ambiente como um outro, tanto quanto o outro, representado por quem nos é semelhante.