Rosa cor de rosa, bonita e viçosa, foi colocada sobre a mesa do quarto que ia ser ocupado pela hóspede amiga que iria chegar. E a ela não passou despercebida.
Uma rosa, recém destacada de ramo que a concebera, gestara e dera a vida, tinha mesmo essa finalidade: testemunhar a pessoa, o afeto com que era recebida, e um voto: de que ali pudesse passar alguns bons dias.
Mas ainda não se completaram setenta e duas horas, ou três dias e a rosa jaz murcha, as pétalas longe estão de exibirem o viço esbanjado enquanto se abria.
É efêmera a vida das flores, tanto quanto é intensa a mensagem que deixam, inicialmente, extasiando ante o fulgor de uma vida que nasce, pelo perfume que exalam, são bem vindas, pela beleza, encantam, pelo fulgor, resplandecem.
São acolhidas e colhidas enfeitam os ambientes em que são colocadas, mas como já foi dito, por pouco tempo.
Sua efemeridade constrange as mãos que as colheram depondo em jarra para ornamento; as mesmas mãos prescindem de igual cuidado ao pegá-las de uma só vez, atentando para que não percam pétalas, sujando os ambientes e as destinam ao lixo.
Mas a contemplação dessa rosa me ensina que não é o tempo que conta ou a quantidade dos dias que se vive para viver intensamente e ser o que devemos e desejamos ser, daí importar viver cada instante, como se fosse o primeiro, o único o último.
Nas primeiras horas desse 13 de novembro os telefones soam. Do outro lado da linha voz familiar e de pronto reconhecida, colega da AFESL, diz: a notícia não é agradável: Thelma foi para o céu.
Não resistiu aos reclamos de um coração que enfraqueceu. Thelma Maria Azevedo ocupou a cadeira nº 30 da Academia Feminina Espírito-santense de Letras que tem como Patrona Carmélia Maria de Souza.
Ainda, todo nosso carinho, nossa homenagem e até um dia.