A Igreja sempre foi uma
instituição organizada, mãe carinhosa, abriga todos os que querem seu refúgio e
assim, no curso do tempo sempre se preocupou com cada seguimento dos seus
filhos, na família e na sociedade, em qualquer condição ou estado de vida, em
que individualmente responde à própria vocação, mediante a qual faz sua
caminhada rumo à única vocação, a universal à Santidade.
Nesta abordagem, o foco
são os Leigos, seculares que sem ser oposição ao sacerdócio, a religiosos,
outras classes, convivem juntos sob os ensinamentos das mesmas escrituras. “Leigo é todo aquele que se encontra inserido
nas realidades temporais, compete-lhe se integrar sem receio na sociedade, na
política, no trabalho e na cultura, desde a primeira a última significação das
coisas que se ganha em Cristo. A secularidade que vivem, no respeito ativo pela
consistência da criação – ou seja da dimensão espaciotemporal do mundo –
leva-os a respeitar e a melhorar todo o modo de fazer sem nunca perderem a
absoluta dimensão do ser, como da finalidade das coisas”[1].

A Igreja no Brasil,
decidiu celebrar o ANO DO LAICATO que
teve início no dia 26 de novembro do ano pretérito e finda com a Festa de
Cristo Rei que acontecerá no dia 25 de novembro deste ano de 2018. Tudo foi muito bem planejado e em bom tempo
todas as Dioceses e Prelazias do Brasil receberam orientações metodológicas,
material e quanto mais necessário para bem realizá-lo. A recepção deixa a desejar, inúmeras
paróquias ainda que bem instruídas, não recepcionaram a proposta, talvez pela
falta de leigo interessado(?).
Certamente o projeto de
Deus o desejou. O Concílio Vaticano II procedeu às grandes transformações que
ocorreram não só no mundo católico. É verdade que não faltaram consequências,
até advindas do interior da própria Igreja. De todas elas saiu ilesa.
Do Vaticano II veio o
Decreto Apostolicam actuositatem, sobre
o apostolado dos leigos. Ainda não é suficientemente conhecido apesar dos seus
53 anos. E o que o motivou? Como inicia afirmando: “o desejo de tornar mais
intensa a ação apostólica do povo de Deus, dai porque dirige-se esperançoso aos
leigos, que desempenham papel específico e insubstituível no conjunto da missão
da Igreja.
... Decorrente da própria vocação cristã, o apostolado dos leigos não pode deixar de existir na Igreja. As Escrituras mostram como foi espontânea e frutífera a ação dos leigos nas origens da Igreja. (cf. At. 11, 19-21; 18,26; Rom. 16.1-16; Fl 4,3). Contém VI capítulos elucidativos de tudo como e porque deve ser, como fazer.
... Decorrente da própria vocação cristã, o apostolado dos leigos não pode deixar de existir na Igreja. As Escrituras mostram como foi espontânea e frutífera a ação dos leigos nas origens da Igreja. (cf. At. 11, 19-21; 18,26; Rom. 16.1-16; Fl 4,3). Contém VI capítulos elucidativos de tudo como e porque deve ser, como fazer.
Em 1987, os “fiéis
leigos” foram tema do Sínodo dos Bispos como “pertencentes àquele povo de Deus que é representado na imagem dos trabalhadores da
vinha, de que fala o Evangelho de Mateus: “O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu
muito cedo, a contratar trabalhadores
para a sua vinha. O convite do Senhor Jesus «Ide vós também para a minha vinha
» continua, desde esse longínquo dia, a fazer-se sentir ao longo da história:
dirige-se a todo o homem que vem a este mundo”, afirmou-o o Papa João Paulo II em Exortação apostólica sobre a “Vocação e Missão dos Leigos na
Igreja e no mundo”. Reforçou totalmente os termos do documento conciliar,
atualizou o tema, e denominou como “fruto mais precioso daquele encontro dos Bispos, que os fieis
leigos escutem o chamamento de Cristo para trabalhar na sua vinha”. Adverte
sobre os perigos do secularismo que se propaga do mesmo modo que a indiferença
religiosa, com olvido de práticas que sempre ajudaram a vida do cristão.
Claro, enfatizou a
necessidade da oitiva atenta da Palavra como forma de conhecer a vontade de
Deus, de descobrir sua vontade concreta para as nossas vidas.
Nos nossos dias, a
Igreja do Concílio Vaticano II, numa renovada efusão do Espírito de
Pentecostes, amadureceu uma consciência mais viva da sua natureza missionária e
ouviu de novo a voz do seu Senhor que a envia ao mundo como “sacramento
universal de salvação ».(1)
Por sua vez, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil tem-se ocupado do tema e em 1999, 20° aniversário
da “Christifideles Laici”, edita o Documento 62 tratando da “Missão e
ministérios dos cristãos leigos e leigas”.
Impossível num artigo
fazer tantas transcrições, alguma contudo se faz indispensável. Dizem os Bispos,
sempre no doc. 62: “Pela sua “índole secular ...os leigos são cristãos, portanto,
participam a pleno título da missão da Igreja. ... Os leigos são chamados a
evidenciar a missão da Igreja no mundo.
... têm a vocação de procurar o reino de Deus exercendo funções temporais e
ordenando-as segundo Deus” e assim,
possam contribuir, a modo de fermento, por dentro, para a santificação do
mundo”.
E com a decisão de
comemorar o laicato durante um ano inteiro, a CNBB o fez, editando o documento
105, aprovado em sua 54ª Assembleia Geral em Aparecida SP, no dia 14 de abril
de 2016. Já se contam dezenas de artigos alusivos de autoria de diversos
Bispos.
Declara abrindo o
documento: “Sal da terra e luz do mundo, na Igreja e na sociedade! Os cristãos
leigos e leigas receberam pelo Batismo e pela Crisma, a graça de serem Igreja e
por isso, a graça de serem sal da terra e luz do mundo. (Mt 5,13-14). Trata-se
da expressão com que Jesus definiu seus discípulos e a missão que lhes confiava
e são particularmente significativas em se tratando dos cristãos leigos e
leigas.

“O objetivo da campanha é despertar os discípulos e as
discípulas missionários para o compromisso evangelizador e para a
responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil. A
iniciativa considera a ajuda para dioceses de regiões mais desassistidas e
necessitadas”.
Nos dizeres de D. Severino Clasen, Presidente da Comssão Especial para o ano do laicato, "o leigo deve agir, seja na formação, nos serviços básicos da comunidade de fé, animando a liturgia, a catequese e os serviçoes eclesiais, circulos bíblicos, grupos de reflexão e outros, bem como o testemunho no serviço aos mais necessitados e carentes. ... o papel dos leigos na Igreja é ser testemunho do Cristo resusscitado, onde moram, vivem e trabalham.
Através do batismo, tornam-se membros efetivos no corpo da Igreja, onde Cristo é a caneça. "É dever da cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a glória de Deus". Os leigos carregam mais que um mero papel, pois se trata de algo maior: uma missão!
Não é preciso dizer mais nada, há muito a ser lido nas mais diversas fontes. Que os Cristãos leigos e leigas procurem se entrosar nesta Campanha, não deixem de ser como o quer Jesus: SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO!
[1] Disponível
em:http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/documentos/leigos-na-igreja-e-no-mundo-relendo-a-christifideles-laici/ - Acesso 11 de maio de 2018.
Nos dizeres de D. Severino Clasen, Presidente da Comssão Especial para o ano do laicato, "o leigo deve agir, seja na formação, nos serviços básicos da comunidade de fé, animando a liturgia, a catequese e os serviçoes eclesiais, circulos bíblicos, grupos de reflexão e outros, bem como o testemunho no serviço aos mais necessitados e carentes. ... o papel dos leigos na Igreja é ser testemunho do Cristo resusscitado, onde moram, vivem e trabalham.
Através do batismo, tornam-se membros efetivos no corpo da Igreja, onde Cristo é a caneça. "É dever da cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a glória de Deus". Os leigos carregam mais que um mero papel, pois se trata de algo maior: uma missão!
Não é preciso dizer mais nada, há muito a ser lido nas mais diversas fontes. Que os Cristãos leigos e leigas procurem se entrosar nesta Campanha, não deixem de ser como o quer Jesus: SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO!
Marlusse Pestana Daher
Vitoria, 04 de naio de 2018