
Os
anos avançam e continuamos a conviver com problemas políticos deveras
preocupantes. Neste momento em particular, meu pensamento se fixa nas eleições
municipais. A constatação a qual se chega com base em experiências passadas, é
que na maioria dos municípios serão eleitos prefeitos cujas vidas atestam seu
absoluto despreparo. E as Câmaras Municipais? Não me refiro às pessoas em si, podem ser tipos bondosos,
humanos e até altruístas, mas que jamais tiveram o texto da Lei Orgânica dos
Municípios, quanto mais a Constituição Federal em mãos, que não sabem o que é governar.
Ao
adentrarem o gabinete em cuja cadeira se assentarão nos próximos anos, estarão
a mercê de pressões, de diversas opiniões, de uma avalanche de problemas a
serem solucionados, escolha de secretariado e ocupação de cargos deveras
fundamentais para a administração. Sem falar nas inúmeras demandas, nos
múltiplos pedidos de emprego, nos correligionários a contentar. E sem dúvida,
com os primeiros invariáveis descontentamentos, com os primeiros xingamentos os
quais alcançam até aquelas bondosas senhoras, suas mães.

Quando
se presencia a escalada vertiginosa de candidatos que aparecem do nada e de
boca em boca têm seu nome levado às multidões, constata-se o baixíssimo nível
de capacidade crítica das pessoas, o quanto se conduzem ao toque de cornetas
destoantes, como é quase nula a capacidade de discernimento possuída, como de
escolha certa não se cogita, de uma boa avaliação da vida de a quem vai entregar
os próximos quatro anos de sua própria
vida e de todos os munícipes da cidade onde vive sequer se pensa, não se
cogitou, é deveras preocupante.
Essa
democracia para a qual é suficiente saber ler e escrever para se candidatar e
ocupar cargo público carece de aperfeiçoamento. Continuaremos a correr o risco
de conviver com apesar de iletrados, grandes espertalhões, que cegam o povo com
esmolas, enquanto se aproveitam do populismo, pura fachada, para minar cofres
públicos e atravancar o desenvolvimento e ainda pior, fazer retroceder a Nação
com perda de conquistas alcançadas, com sacrifício e suor desmedidos.
A
educação tem que incluir política na grade curricular. Desde os primeiros anos
de vida, é preciso ser dito à criança que Pátria é a grande família que deve
ser amada, respeitada e que sua grandeza não se faz com apenas alguns, mas com
o concurso de todos.
É
inconcebível que motivações, qualquer que seja o nome que tenham, levem pessoas a matar outras como vem
acontecendo nos últimos dias em diversos lugares do nosso país. É inaceitável
que o crime organizado leve terror às cidades. Que se continue impotente diante
de tanto vandalismo perpetrado por bandidos, que incendeiam até escolas, mesmo
sabendo o preço de seus crimes.
Não
podemos fazer do voto uma arma, ele é instrumento da democracia, o momento em
que o poder popular se potencializa e se manifesta. Não deve ser visto como um
peso, não pode ser omitido, é mesmo, questão de vida ou morte.
Este
2 de outubro é o grande dia, podemos selar nossa redenção ou nossa condenação. A
escolha é pessoal, é de cada um de nós.
Marlusse Pestana Daher
30 de setembro de 2016 09:18