A imagem de Nossa Senhora
existente no altar-mor do Convento da Penha, em Vila Velha, ES, vinda de
Portugal em 1570, mostra NOSSA SENHORA DA PENHA DE FRANÇA. A imagem que deu
origem ao culto com essa denominação foi encontrada por Simão Vela no século XV
(1434), na Serra de França situada no norte da Espanha, próximo a Salamanca,
local de origem do espanhol Pedro Palácios, idealizador do Convento. Ela havia
sido escondida por soldados franceses, durante a guerra com os mouros.
Irmão Leigo (sem ordens),
“Frei” Pedro Palácios era ligado aos Capuchinhos na Custódia Portuguesa da
Arrábida, onde os religiosos se consagravam à penitência e ao eremitério.
Nossa Senhora da Penha de
França aqui, em Vila Velha, ES, foi associada às sete PENAS (sofrimentos) de
Nossa Senhora: - profecia de Simeão feita no Templo de Jerusalém (revelou a N.
Senhora a futura paixão e morte do seu Filho), - fuga para o Egito, - perda de
Jesus no Templo, - encontro de Maria com Jesus carregando a cruz, - morte de
seu Filho na cruz, - descida de Jesus da cruz, - sepultamento de Jesus. Até os
anos 1980, na Estrada Velha do Convento, conhecida como “Ladeira da
Penitência”, cada uma das suas sete curvas exibia uma cruz pintada de azul,
onde estavam escritas as sete PENAS de Nossa Senhora.
A versão de NS da Pena,
cuja imagem mostra Maria com o Filho no colo e segurando uma pena de ave na mão
direita, padroeira dos escritores e pintores, cujo culto é celebrado desde a
Renascença, não condiz com nenhuma imagem existente no Convento.
A romaria de devotos teve
início em 1573, promovida por dois jesuítas que escaparam de um naufrágio.
Curiosidade: A igreja
católica da Barra do Jucu é a única, das que conheço, que ostenta em seu
frontispício quatro grandes flores-de-lis, símbolo do reino de França.
Kleber Galvleas, Pimtor