Basílica de S. Sofia - Istanbul |
Durante a viagem que fiz recentemente
e da qual já lhes falei um pouco, uma pessoa entre nós, a certa altura, disse: “perdi
um anel e é de ouro”. Estava meio chateada. Conhecendo o cuidado que ela tem “com suas
coisas”, logo disse: “tá por ai mesmo,
você logo vai achar”.
No dia seguinte, revirando sua
bolsa de mão, bem guardado dentro de uma sacolinha, ela encontrou o tal anel e
começou a agradecer a S. Antônio que nunca lhe falta em momento assim.
Brincando, mas em verdade,
retruquei: que S. Antônio, que nada... Usei um tom que levou uma terceira pessoa,
conhecida na mesma viagem, a dizer: “interessante, você é católica, mas fala
assim de um santo”...
Vamos entender. Porque são até
colocados em altares, achamos que os santos devem ser tratados com todo
respeito, de outro modo ou não se pode gozar de um santo.
Penso que não é bem assim. Santos
são pessoas que enquanto viveram em carne e osso, pautaram suas vidas por uma
conduta exemplar, reconhecendo de forma admirável a condição de Senhor, em
Deus, a Ele servindo e amando. E por causa do exemplo dado, a Igreja os
canoniza como que a dizer: “olha ai, eles foram de carne e osso como vocês, se
eles puderam, vocês podem também”.
Cisterna da Basílica |
No caso citado, não houve milagre
nenhum, o anel estava bem guardado na bolsa da minha amiga. S. Antônio não fez
nada.
Quando à gozação. O mesmo
respeito que devo aos santos canonizados é devido ao próximo, gente como a
gente, pelo que, se posso dar uma gozada no irmão comum, brincar com ele, como
aliás o fiz, o mesmo posso fazer com esse pessoal que povoa os altares por ai,
os santos.
Amar é que é outra coisa.