Hum... privilégio... privilégio?
Seria realmente privilégio?
A ser positiva tal resposta, os que já não despertaram nesse dia, são desprivilegiados?
"Foi mal" alguma coisa em relação a eles? Ou não é o caso de se denominar de um outro modo o fato de se ter despertado?
A
vida? A vida é antes de tudo um presente de Deus e tem tempo determinado que o
seu detentor desconhece. O mesmo se diga em relação à vida do seu semelhante e
da parte de cada um. A vida é um chamado, implica em se dar uma resposta.
Enquanto o chamado vem da parte de quem a dá, a resposta depende de quem a
recebe e só por este pode ser dada.
Enquanto
dura que seja intensa e proveitosa. Seja de atenções a tudo que a rodeia e do
despender de todas as atenções de forma recíproca. Mesmo se vier a faltar este último ingrediente, o da
reciprocidade, que entre em ação o desprendimento, virtude que consiste em dar sem receber troca de
quem recebeu. O melhor mesmo é não pretender nenhuma recompensa, que contudo acaba
vindo de alguma forma. Toda retribuição acaba por vir de quem não foi o destinatário
ou daquele a quem foi dado, virá de alhures, de outrem igualmente generoso, e
ainda ensina que apesar de ter dado muito pouco, ainda mais é o que se recebe.
Viver
é privilégio sim. Privilégio que não consiste exatamente em não ter partido
daqui para algum outro sistema que um tal Paulo descreveu em carta (Coríntios
2,9-11) a uns amigos num lugar deste mundão, assim: ‘Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam’.
Então, que se admita de
novo, viver é privilégio, enquanto nos assegura oportunidade de fazer
transbordar a taça do bem, do vinho que se oferece a todos (todos são todos)
quantos forem encontrados, seja qual for a sede da qual padeçam ou a
característica que tiver o sentir de sua carência.
Continuo pensando,
provavelmente volte a divagar sobre o tema ao mesmo tempo que alguém já terá
sido provocado a fazer o mesmo.
Boa vida!
Calma, minha expressão
não tem tom de ironia, expressa um desejo profundo que brota do mais profundo
de mim, razão porque lhe repito: boa vida!
Marlusse Pestana Daher
Vitória, 28 de outubro de 2013 09:13