Amizade e Gratidão
(Ofereço em
memória a minha querida sogra: Olívia Carneiro Pires)
Sogras, dizem comumente,
Eu penso bem diferente:
- Bem-vinda seja a meu lar
Minha sogra, minha amiga,
foste a Mãe que reencontrei.
O “falar”, reles intriga.
Sempre e sempre te amarei.
Encontrei na minha sogra,
conforto, amor e carinho
a felicidade logra:
- Na morte, saudade,
espinho.
Tão Só
( Em memória a
minha sogra-mãe: Olívia Carneiro Pires )
Palavras de angústia que
perpetuam
no meu dorido ser cansado e
triste.
No lúgubre cortejo tumultuam
recordações em que o sofrer
persiste.
Tão só, lá no caixa
desamparada,
semblante calmo, visão
enternecida;
os cabelos, de neve
banhados,
da sua longevidade, ó mãe
querida!
Tão só, frase sutil e
pequenina,
extravasa a alma, fere o
coração.
Brota, treme a lágrima
cristalina.
Geme, desliza e suaviza a
aflição.
Tão só?! - Não creio! Á
morada Divina,
seguir-lhe-ão
atos nobres de sua missão.
A Gaivota
( a mim mesma, Elza Cunha
Pires )
Eu sou a gaivota,
que voa singrando os mares,
em busca de bonança
que aplaque o coração
de revividas dores.
Eu sou a gaivota,
calma, inteligível,
que se banha qual criança,
plaina na imensidão,
pasma do imponderável!...
Eu sou a gaivota,
irisada, fugidia,
em busca da esperança
que ilumine a razão
no viver de seus dias.
Eu sou a gaivota,
sonhadora, esgotada,
que treme, que se cansa,
bate as asas em vão,
no Oceano ( das ilusões )
sepultadas.