È evidente a mudança que os tempos
processaram em tudo que há, principalmente em nós, ou a começar por nós. Na
verdade, as coisas mudaram, porque nós mudamos. As casas em que morávamos eram
diferentes, as ruas de nossas cidades eram diferentes, os costumes e todo o
modo de viver eram diferentes e a verdade é que nada mais é como já foi.
As vendas de secos e
molhados vendiam quase tudo de que se precisava para os alimentos. Não vendiam
carne, comprávamos no açougue, para o quê, havia um gancho próprio para o
transporte, sem nenhuma proteção, também não havia poluição e se o gancho
caísse, sujava a carne da areia da rua que não era calçada. Em casa, a mãe da
gente sempre tinha um jeito a dar. Não era problema.
Podia-se comprar fiado.
As pessoas tinham uma caderneta, onde o dono da venda anotava as coisas
compradas durante aquele mês. Ele também tinha um livro onde tudo anotava. No
fim do mês ou na hora do pagamento, via-se aquele senhor proceder à soma
direitinho, havia precisão ou ninguém duvidava.
O peixe era comprado na
porta de casa. O pão na padaria ou através do vendedor que percorria as ruas
com um cesto enorme na cabeça, cerca de um metro de diâmetro, coberto com uma
toalha alvinha como coco. Ê o pão, ê o pão, ê o pão!
Chegava ainda quentinho,
uma delícia. Pão doce, pão de sal, pão tatu.
Quando os Grupos
Escolares passaram a funcionar também à noite, foi a maior novidade. As
crianças iam à Escola, geralmente pela manhã, quando voltavam era hora do
almoço, “mudavam a roupa” e caiam na brincadeira. Ah, tinha dever de casa, mas
nem todo mundo fazia era preciso brincar.
E o que mais? continuo depois