Beatriz Monjardim |
CORAÇÃO DE POETA
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Tenho minh'alma cheia de amarguras;
Sangra em meu peito um coração ferido;
Não sofro apenas minhas desventuras;
Tem todo poeta o coração partido.
Todo poeta sofre um mal sem cura;
Carrega a dor dos tristes e oprimidos,
Mas tem também um Dom, doce loucura:
Transforma em versos prantos e gemidos.
Assim a dor dói menos, logo passa...
Juntando rimas, faz com tanta graça,
Um soneto de amor profundo, intenso.
E do pranto amargo da ingratidão,
Faz guirlandas em versos de perdão.
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Tem Todo poeta coração imenso
MINHA CATEDRAL
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Que bela é a minha castanheira!
Cresce orgulhosa, erguendo os ramos para os céus. Altaneira, frondosa, triunfal, A minha bela e verde catedral Vestida agora de nova roupagem, Já prepara uma nova floração. As pequeninas flores da amendoeira, Marcam a chegadade uma outra estação, Mostrando da vida a continuidade... O Senhor Deus, como o maior poeta, Mostrou-a, um dia, ao jovem profeta, Como o Seu símbolo de fidelidade! E a minha castanheira está florida, Não só de flores, mas também de vida! Nela se abrigam pequeninos seres. Zumbem abelhas, cantam cambaxirras, correm esquilos pela galharia, gritam bem-te-vis em altas vozes, escondem-se lagartos na metamorfose... Nela encontram alimento e segurança, Nessa morada vestida de esperança, Que cresce altaneira, frondosa e triunfal, A minha bela e verde catedral |
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