Neste 1 de janeiro, o Pároco de
Jardim da Penha, Pe. Adenilson, inovou.
Depois da Missa, com Jesus no ostensório, saiu abençoando o povo que estava na
Igreja. O gesto ficou ainda mais bonito, quando da porta de entrada, abençoou o
bairro e toda gente.
As pessoas ficaram muito
entusiasmadas, umas quiseram também tocar o ostensório, depois do que se
persignavam, ajoelhando-se em seguida, em perfeita adoração.
Ante o que via, acorreu-me à
lembrança o salmo 42 que diz: “Assim
como o servo suspira pelas águas correntes, a minha alma tem sede de Deus, pelo
Deus vivo anseia com ardor”. É que de repente, a sensação de Jesus presente,
com seu corpo, sangue, alma e divindade, transitando no meio de sua gente, se
apossou de todos. Pairou no grande templo, muita emoção.
Foi como se Jesus aparecesse ai
em algum lugar e ao vê-Lo, o povo corresse ao Seu encontro, passaria a acompanha-Lo
onde quer que fosse.
Tem quem pouco ou nada repare,
mas temos sim, sede de Deus, por isto mesmo, o salmista acrescentou ao salmo
mencionado em seguida ao que já transcrevemos, “quando irei ao encontro de Deus
e verei tua face, Senhor”.
Com razão já afirmara
Agostinho: “Senhor, minha alma não
estará tranquila, enquanto em vós não repousar”. (Confissões). Não podemos
negar nossa origem, para quem e para quê fomos criados.
Muito válida a ideia do Padre.
Entretanto, fiquei pensando. Muitos, muitos mesmo dos presentes à celebração
eucarística, comungaram, portanto, Jesus que é alimento, foi recebido, entrou naqueles
corações, estava lá, dentro delas, tão vivo e verdadeiro, quanto na hóstia
colocada no ostensório e eles saíram de si para ir ao encontro Dele.
Talvez não se tenha consciência
dessa presença real de Jesus na comunhão. Quem sabe, mesmo intensamente
recebido, a devoção se restrinja ao momento. A certeza da realidade não
acompanhe os comungantes onde quer que forem ou de volta às suas casas, pelo
que se constituem em ostensórios vivos, de carne e osso.
Além da comunhão, Deus que está
presente em toda parte, é realidade permanente, tanto quanto o foi aquela do
Seu passar no meio do povo reunido em sua Igreja na primeira celebração
paroquial de 2016.
Seria bom nos acostumarmos a
pensar e adquirir a convicção de que nós, conforme expressão do Apóstolo Paulo
“nos movemos em Deus, existimos em Deus, e somos em Deus”. (At 17,28). Deus ocupa todos
os espaços, não há lugar onde Ele não esteja. Quando vamos por ai, nem vamos
abrindo espaços em Deus, vamos
mergulhados nele.
Temos razão para nos emocionar
sempre como nos emocionamos naquela Missa. Nossa sede pode ser aplacada, temos
sempre e em toda parte a presença de
Deus.
Estou certa de que todo mundo
sabe disto, pena que se esquece.
Comentário para:
marlusse2010@gmail.com