sexta-feira, 2 de setembro de 2016

CONVERSÃO AO AMBIENTE


No dia 6 de agosto do ano passado (2015), a Igreja comemorava a Festa da “Transfiguração do Senhor”. A data foi marcada pela divulgação da carta do Papa Francisco, amante da natureza como seu santo inspirador,  que instituiu o 1° de setembro, como “Jornada Mundial de Oração para o cuidado com a Natureza”.
 Às nossas atenções voltadas para os últimos nem tão ditosos recentes acontecimentos, - como sempre protagonizados em clima de política que não se pode considerar no seu aspecto científico como ciência da governança de um Estado, nem como arte, quando deriva de polis que designa o que é público, - passou praticamente despercebido o dia de ontem, quando deveríamos juntar a nossa prece a de todos que se reuniram para elevar súplicas ao Senhor da Vida para que tenhamos todo cuidado com a natureza.

Mas o Papa rezou com muitos. Celebrou e no seu discurso que a imprensa católica divulgou amplamente, disse que “a ocorrência pretende oferecer a cada crente pessoalmente, e às comunidades, a preciosa oportunidade de renovar sua pessoal adesão à própria vocação de guardas da criação”.

Vocação que significa chamado foi como denominou o Papa a esta nossa obrigação. Por ela agradeçamos a Deus que confiou aos nossos cuidados, sua obra maravilhosa,  pelo que nos compete invocar sua ajuda e proteção para que bem possamos realizá-la.

A preocupação com o futuro do planeta é tarefa que compete a todos nós. Não acreditávamos, mas agora sentimos na pele as consequências do desamor com que sempre nos houvemos em relação ao criado. É indiscutível que "os problemas ambientais como sua degradação derivam de uma ainda indestrutível crise moral e espiritual". A cobiça sempre fala mais alto. Ainda hoje, era noticiada a  morte de tantas onças cuja espécie assim se ameaça. Tudo indica que os delinquentes se comportam como se ninguém, nem nada mais existisse a não ser sua cobiça: encher bolsos com muito dinheiro.

Lembrou ainda o Papa que “não podemos nos sentir indiferentes à perda da biodiversidade, à destruição dos ecossistemas, frequentemente provocados pelos nossos comportamentos irresponsáveis e egoístas”. E a nossa indivisibilidade com o meio ambiente, posto que, “quando maltratamos a natureza, maltratamos também os seres humanos”. Tudo que fere a terra e tudo que nela está  repercute em nós, pode causar feridas purulentas e deixar marcas.

Vamos assinalar em nossas agendas mais esta ocorrência mundial: 1° de setembro, jornada mundial de orações para o cuidado com a criação.

E não só. Importa rezar todos os dias em tal intenção. Se não estivermos suficientemente sensibilizados é porque desconhecemos. Basta que procuremos nos instruir com tantas lições que a respeito existem. Na internet, companheira nossa de cada dia, podem ser encontradas infinitas informações, na forma que se quiser, sobre o que se quiser, revitalização de rios, plantação e cultivo de mata ciliar, tudo.

Convertamo-nos pois, a ser cuidadores da criação, da terra tudo nos vem. É necessário nos penitenciarmos pelo mal que já fizemos, firmar propósito de olharmos a criação com toda a misericórdia porque nada no momento se configura mais atual, mais urgente, mais necessário que a conversão de todos nós à causa do meio ambiente.

Marlusse Pestana Daher
2 de setembro de 2016  21:10