quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

FELIZ ANO NOVO



FELIZ ANO NOVO

Estamos sendo soterrados por uma avalanche de “feliz ano novo” que chega pelo “zap,zap”, pelo nosso perfil no facebook, à viva voz.

Eu sei que brotam do mais profundo do coração, como percebi a que foi manifestada por Ângela Lino, em comentário à minha publicação de hoje no face,  neste sentido.  As pessoas provam quanta bondade têm no coração, quanto gostam umas das outras, como é gratificante se comunicar, como vale a pena desfrutar da companhia do outro. Sabe-se que é coisa que faz muito bem.

Enquanto isso meu celular está dando sinais de que mais mensagens estão chegando. Ficamos ali, lendo tudo, concordamos, até porque são verdades indesmentíveis. Contêm mensagens como aquela que justifica a brevidade da vida dos animais, no caso era um cão e depois relembra como agem esses queridos companheiros de tanta gente: todas as vezes que você chega à casa, vai-lhe ao encontro fazendo grande festa, estica-se antes de levantar, vive pulando, gosta de sombra, tira um coxilinho, etc.

Achamos todas muito bonitas, mas a repercussão que causam podem acabar ficando por ali mesmo onde aconteceram, repercutem na emoção, poucas vezes na vontade principalmente, de protagonizar todos os atos indispensáveis para que o ano novo seja de fato feliz para todos.

E de repente, mas... eu, eu mesmo? Não sou governante, não sou autoridade, não detenho mandato político... o que fazer?

Há uma unanimidade em todos os credos no sentido de que a Bíblia é o livro onde se encontra a Palavra de Deus. Palavra que era no princípio, que era Deus, Deus é a própria Palavra. (Jo. 1). Temos ali, que quando Jesus fundou sua Igreja constituiu Pedro, um dos seus escolhidos para chefiar os demais. Assegurou-lhe as chaves do reino dos céus e entre muito mais, esclareceu “quem vos ouvir, a mim ouvirá”.

Assim como outrora, Javé fez nascer João, o precursor, de uma velha mãe cujo corpo perdera as propriedades de gerar filhos, para que mesmo no deserto, proclamasse que o Senhor estava perto. Para Deus o impossível não existe.
Foi Deus que suscitou em Luther King, a forma com que se houve,  para defender o negro do preconceito de raça que ainda vitima tantos.  Foi Deus que suscitou no coração da Madre Teresa de Calcutá a forma exemplar de mostrar ao mundo que “o pior dos males é a sensação de não ser querido, de não ser amado”. É sempre Deus que ao longo da vida e da história faz brilhar pessoas que nunca procuraram holofotes e são procuradas por eles, porque entenderam por inteiro o grande mandamento do amor, o amar ao próximo como a si mesmo, com o sacrifício da própria vida tantas vezes.

Nesse diapasão, foi Deus que através do Colégio que elege Pontífices, deitou seu olhar sobre um cardeal argentino e fez com que fosse escolhido como novo Papa. Inspirado em Francisco, o pobrezinho de Assis, Francisco diz SIM e parte no sentido de produzir na Igreja as transformações esperadas. Sobretudo, passa a ter um comportamento sem precedentes no sentido de acolher todos sem distinção de qualquer sorte, demonstrando que o amor transforma, que ao Papa compete “ir aonde o povo está”.

Fiz esse desvio no curso do que ia dizendo porque estou convencida de que o Papa Francisco com a autoridade que lhe vem do alto,  nos municiou com um programa eficiente, verdadeiramente capaz de nos ajudar a tornar o novo ano, muito feliz. Refiro-me à carta que enviou ao mundo, pelo Dia Mundial da Paz, depois de amanhã, 1° de janeiro.

Logo de início escreveu o Papa: “Deus não é indiferente; importa-Lhe a humanidade! Deus não a abandona! Com esta minha profunda convicção, quero, no início do novo ano, formular votos de paz e bênçãos abundantes, sob o signo da esperança, para o futuro de cada homem e mulher, de cada família, povo e nação do mundo, e também dos chefes de Estado e de governo e dos responsáveis das religiões. Com efeito, não perdemos a esperança de que o ano de 2016 nos veja a todos, firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz. Na verdade, esta é dom de Deus e trabalho dos homens; a paz é dom de Deus, mas confiado a todos os homens e a todas as mulheres, que são chamados a realizá-lo”.

A Deus importa a humanidade. O Papa assegura que o ano será melhor e que haverá paz, mas lembra a indispensabilidade no sentido, do concurso de todos os homens e de todas as mulheres.

Bastaria esse preâmbulo. Mas a carta prossegue com subtítulos explicativos. É imprescindível que se conservem as razões da esperança, que a humanidade aja em consonância com a dignidade humana, com solidariedade, para vencer a indiferença e conquistar a paz.

Acusa a indiferença que fecha o coração em relação a Deus, ao próximo, para com a realidade que nos circunda e causa a ausência de paz. Prossegue falando da indiferença, que como tudo se tornou globalizada, a nível individual e comunitário, coisas que acabam por desembocar mais tarde em violência e insegurança.

Alonga-se quando enfatiza a indiferença pela misericórdia e “Deus intervém para chamar o homem à responsabilidade para com o seu semelhante  ... Onde está teu irmão”?

Pugna pelo fomentar de uma cultura de solidariedade, de misericórdia cujo fruto é a paz. Busquemo-la sob “o signo do jubileu da misericórdia”.

É um carta longa, não a ponto de não poder ser lida por qualquer pessoa. Pode ser encontrada na internet, adquirida em livraria católica. O que acima transcrevi são apenas pequenos detalhes.

Teremos sim um feliz ano novo, temos um ótimo mapa constituído pela carta e que podemos seguir sem medos. A propósito, celebrativa do XLIX dia Mundial da Paz.

E nós queremos, porque nos convencemos de que “somos chamados a fazer do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida, um estilo de comportamento nas relações de uns com os outros”.





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