quarta-feira, 5 de agosto de 2015

LAMENTO DA ÁRVORE


Como foi bom ter-te conhecido, Marlusse.
Seria possível escrever o que foi declamado naquele dia, lá na árvore?
Quero fazer uma placa para o local, com data e nome da autora.
Hippolito Alves

LAMENTO DA ÁRVORE
                                       Marlusse Pestana Daher      (improviso)                                                                                                                                                 
Por que fazer poesia
Para quem poesia já é.

Vocês estão aqui agora

Sentados, tranquilos, se deleitando em se fotografarem,

Se acharem lindos,
Como se os mais bonitos fossem.  (risadas)

Eu estou aqui
Muito antes que vocês chegassem
Vocês não sabem da minha história
Quantos pássaros eu alimentei,
Quantas pessoas eu inspirei
Na voz de quantos (profetas) poetas
Coloquei poemas eloquentes de amor.

O vento passa através das minhas ramas,
Balança minhas folhas,
Compõem músicas
Que outros poemas são.

Que mão inconsequente  esta
Que não entende
Que  sequer é capaz de sozinha
Arrebatar-me das raízes
Com que me comunico com o solo

Insensato coração, insensatos corações
Eu estou aqui
E Graças a Deus que agora
quem este solo comprou
Não permitirá que eu seja retirada daqui
Jamais.

25 de julho de 2015 Entardecer em Araguaya, Casa o artesão Hippolito Alves (Município  de Marechal Floriano - ES