domingo, 5 de janeiro de 2014

FAÇAMOS NÓS

Ficar em casa, simplesmente, me agrada de montão. Mas não posso, porque não cozinho, devo sempre sair, ao menos para o almoço. Tenho ainda obrigações que derivam do coração, ir sempre ao encontro de alguém, assim, embora possa ficar muito tempo em casa, não posso ficar todo o tempo.

Mas nem desgosto, quando saio encontro pessoas, outras apenas vejo, são as que não me conhecem e eu também não. Assim, seguimos paralelamente por ai, cada uma pro seu destino.  

Por que há sempre alguém pedindo? Sou meio avessa a dar esmolas, menos que mais atendo a tais pedidos, a não ser que olhe bem e o íntimo me diga: esse ai precisa ajudar.

Incomodam-me ainda as tais “estátuas vivas”, os “acrobatas de plantão”. Quando elegem um semáforo, ali permanecem dias a fio, estendendo seus chapéus para as mesmas pessoas, pois são sempre as mesmas de manhã, de tarde ou à noite as que passam por ali.  

Estacionei o carro e inevitavelmente, tive que passar por um homem que estava sentado na calçada, abordando todos que passavam. Pedia um real para completar não sei o quê.  De volta do meu destino, tornei a passar por ele, agora queria dinheiro para tomar café amanhã de manhã. Neste segundo momento, reparei que não estava só, uma mulher já se encolhera todinha no vão de uma porta, de costas para quem passava, dormia(?).

Quando o movimento de pessoas cessar, certamente, ele também vai-se encolher por ali de qualquer jeito, para, se dormir, não sei, mas a espera do amanhã.

O que pretenderá fazer? Continuar perambulando e quando a noite voltar, voltar a pedir ajuda para tomar café no outro amanhã...

Não é vítima das enchentes, as vítimas são pessoas que perderam tudo, portanto que tinham uma casa e um mínimo de utensílios domésticos e outros adornos da mesma. Trabalhadores que, esses sim, merecem ser ajudados com tudo que pudermos com eles repartir, o que lhes pudermos dar, para que sejam suavizadas as dores que provam e possam reconstruir suas vidas.

2014! Já se passaram 2013 anos desde que o Galileu pisou essa terra e os problemas só se avolumam, não se consegue debelar a fome, não se é sensato bastante para cuidar e evitar catástrofes que se mostram mais violentas em relação a uma única pessoa do que o foi esta em seu confronto.
Temo que haja pouco a fazer enquanto todos não decidirem que o rumo de todos é único, que importa que todos caminhemos na mesma direção, em busca de objetivo comum e ao encalço da mesma sorte.

Entrementes, sem preocupação de que se o outro faz ou deixa de fazer o que tem de fazer, façamos nós, não deixemos de fazer o que nos compete fazer.



Vitoria, 05 de janeiro de 2014

22:05