domingo, 6 de outubro de 2013

MISSA, UMA GRANDE ORAÇÃO

Quem disse que rezar é fácil? Não é.  


Há aquelas pessoas que durante o dia desfiam inúmeras vezes as contas do seu rosário, outras que têm até mais de dois livrinhos de oração, desses que se encontram em livrarias religiosas, cheios das mais diferentes orações, para todos os ânimos possa alguém se encontrar; entre as folhas, ainda se conta uma infinidade de imagens de santos em cujo verso também se encontra alguma oração e lê/reza todas, todos os dias.

Ainda outras pessoas há que pegam sua Bíblia e leem capítulos seguidos, seguras de que estão a rezar. Ou consideram aquelas passagens evangélicas buscando associá-las com os acontecimentos da vida e ao fechá-la se dão por satisfeitas por terem rezado.

Pessoalmente, acho difícil rezar, mas considero a Missa o privilegiado e grande momento de oração. Toda pessoa que participa da Missa faz uma oração completa dai a necessidade de acompanhar cada palavra,  fazer muito pessoal, cada louvor, cada invocação, cada pedido, cada agradecimento.

O que é a Missa? Como ensina o Catecismo da Igreja Católica é a celebração da Eucaristia pela Igreja (todos nós), na qual se rememora a páscoa de Cristo, e esta se toma presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual: "Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi imolado, efetua-se a obra de nossa redenção”.

Frequentemente, pergunto-me como é que estamos ou nos sentimos no templo, durante a Missa. Preocupados com a homilia que se vai tornando demasiado longa... Se o filho que ficou em casa está bem... Se... Se... Quem sabe desejosos de que acabe logo, para ir logo embora.

Do em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ao Graças a Deus, cada palavra tem profundo significado que importa descobrir. É preciso sentir-se a hóstia viva que se imolará no altar com Jesus. É preciso ter consciência de que a presidência da celebração que cabe ao sacerdócio em virtude do que, ele é quem profere cada leitura, deve ser seguida com piedade, deve ser repetida no íntimo, cada manifestação há de ser como de pessoa que se encontra com outra pessoa e que ao se dirigir a ela, pensa o que diz. Ficamos frente a frente com o Senhor. Não percamos a graça de tão particular aproximação.


Pode reparar, com certeza você vai concordar comigo: assistir a Missa é proferir uma grande oração. 

SENHORA, NÓS JÁ VAMOS

A praça de alimentação daquele shopping fervilhava neste sábado, por volta das 19 h 30 m, quando cheguei com Daniel que avesso a comidas, desejava somente sentar e poder ler as revistinhas que acabara de comprar.

Daniel
Uma das mesas, contudo, era ocupada somente por duas ainda quase adolescentes, muito lindinhas, bem vestidas, doçura pura. Uma lanchava a outra esperava, fazia companhia. Pela expressão dos seus semblantes, encorajaram-me a pedir permissão para ocupar as outras duas cadeiras com o que aquiesceram incontinenti, e não só, tinham estampados nos belos lábios, belíssimos sorrisos  com os quais nos acolheram. Maravilhosos dentes, como a natureza faz acontecer, porque se não o fizer, métodos eficientes se encarregam dos resultados.   

Daniel sequer as terá olhado, - ainda não é tempo, tem apenas seis anos - entretido que estava em ler Chico Bento, ouviu meu comando: senta e me  espera aqui. Sentou-se e pôs-se a ler. Elas o olhavam e sorriam com simpatia, compreendendo-lhe o comportamento e como que o achando (ele é) muito bonitinho.

Com intensa naturalidade, as duas conversavam, uma degustava tranquilamente, seu lanche, sem apagarem os sorrisos dos lábios e principalmente, sem em nenhum momento, ignorarem nossa presença, como costumeiramente acontece da parte de suas coetâneas, em momento igual.

Assim, sem palavras, mas com intensidade de olhares, troca de sorrisos, muita hospitalidade, estivemos lado a lado, por uns apenas 15 minutos talvez.

Findo o lanche, não sem me advertirem que estavam para se levantar: “senhora, nós já vamos”, foram-se deixando-me a deliciar o sabor daquela ainda que breve, intensa convivência, plena de hospitalidade.  

Hospitalidade, mas que palavrão! No bom sentido, tudo bem.

Só me ocupo de falar e até escrever sobre o momento, elogiar e degustar, porque lamentavelmente, deparamos com poucos assim. As gerações coexistem, mas pouco convivem e a  h o s p i t a l i d a d e  se torna ingrediente eficiente, mas ausente de nossas vidas, com graves consequências para o amor e a fraternidade.

De tudo resta uma certeza: daquelas menininhas, nunca mais me esquecerei.

Vitória, 6 de outubro de 2013

11:15

SE EU PUDESSE

Ah, se eu pudesse ser como Maria!

Sentar-me aos Teus pés, Senhor.

Esquecer-me da vida, de mim,

ficar vazia de problemas, e cheia de Ti.

Ah, se eu pudesse trocar todas as riquezas do mundo

pela casa pobre, simples,

em que, muitas vezes, Te hospedaste!

Ah, se eu pudesse contemplar Teus olhos puros,

se eu pudesse ser Maria, Senhor!

Marta trabalhava e cuidava da casa.

Maria, quieta, escutava o que o Mestre dizia.

Quantas Martas, neste mundo, cuidam do material!

Esquecem que o mais importante é o que vem de Deus.

Ah, se eu pudesse ser Maria, que, nas horas de aflição,

buscou, nos braços amigos de Jesus,

cura para sua dor e recebeu conforto!

Ah, se eu pudesse recostar a cabeça nos Teus ombros

e sentir Tuas lágrimas, Senhor!

Ah, se eu pudesse ter um vaso com perfumes

para jogar em Teus pés e chorar!

E depois de, com meus cabelos, enxugar-Te,

 se eu pudesse voltar no tempo,

estar ali, num cantinho da sala,

a apreciar a manifestação de tão grande amor.

Ah, se eu fosse Maria, Senhor!
 
    Heliana Mara Soares