sábado, 10 de agosto de 2013

DEMOCRACIA

O significado do vocábulo DEMOCRACIA remonta à Grécia antiga (demo=povo e kracia ou kratos=governo). Daí a sintética, objetiva e bela definição que lhe conferira o renomado advogado e político Abraham Lincoln, ex Presidente dos EUA: “A Democracia é (digo eu: deve ser, pois não a construímos ainda!) o governo do povo, pelo povo, para o povo”.

A nosso modesto entender, sentir e ver, Democracia é regime de governo que se consolida através de uma infinita sucessão de atos democráticos, porque é um importantíssimo processo, que deve ser examinado e interpretado como uma importante obra inacabável, cuja perfeição deve ser permanentemente buscada por todos que lutam por uma Sociedade livre, justa e igualitária.

Aliás, parece-nos que já houve quem dissesse que “Democracia é como andar. Aprende-se praticando”. Frise-se que desta assertiva emerge, claramente, o entendimento de que a sua construção nos remete a processo composto de uma ininterrupta e infinita sucessão de atos democráticos, que devem resultar, da vontade livre e consciente do povo, cuja prática deve voltar-se, sempre, para a promoção do bem-estar do conjunto da Nação.

A verdadeira Democracia deve expurgar privilégios, desigualdades, condutas aéticas, imorais, ilícitas (condutas patrimonialistas: clientelismos, fisiologismos, nepotismos etc. etc.), enfim, injustiças de qualquer natureza, pelo que, ainda que lentamente, tais enfermidades sociais devem ser extirpadas o quanto antes, assegurando-se, sempre, o contraditório e a ampla defesa. A Democracia, encartando um permanente processo, deve avançar sempre e, por óbvio, em benefício do conjunto da Sociedade, ao contrário da Ditadura, que, embora seja um processo, retroage sempre e em prejuízo de todo o povo.

Na real Democracia - regime de “governo do povo, pelo povo, para o povo”, segundo Abraham Lincoln - o Poder deve dividir-se entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, segundo a teoria de Charles Montesquieu, cujas funções devem ser exercidas de forma independente e harmônica entre si, por óbvio visando, sempre, a satisfação dos elevados interesses do conjunto do povo.

Na verdadeira Democracia, além da transparência e da liberdade, por óbvio inclusive a liberdade de imprensa, deve reinar a convivência respeitosa dos contrários, o que implica dizer-se que se deve assegurar às oposições a perspectiva de alternância no Poder, pois, nela, o governo deve ser o das Leis, o que importa dizer que todos os cidadãos, indistintamente, devem observar, rigorosamente, as normas que compõem o ordenamento jurídico do País, que deve ter sido elaborado pelo Poder competente: o Legislativo.

Num regime eminentemente democrático, os governantes autênticos (honestos e competentes) devem ser escolhidos através de eleições livres e limpas, pois só desse modo os nossos representantes serão capazes de, depois de eleitos, ao invés de pensarem nas próximas eleições, preocuparem-se com as futuras gerações: eis a diferença entre o político tradicional e o estadista. Aliás, é exatamente isso que deve começar a acontecer nas eleições de 2014.

Concluindo, invocamos a significativa lição do saudoso escritor pátrio Fernando Sabino, “Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um”. Urge, pois, que continuemos a lutar por sua construção!


 Salvador Bonomo.

Ex-Deputado Estadual e Promotor de Justiça aposentado.

Vitória, ES, 09.08.2013.

PRESENÇA DA AFESL

                                                                          
Ester Abreu e Silvana Sampaio, da Academia Feminina Espírito-santense de    

Letras marcam presença nas comemorações do aniversário de Biblioteca Pública

Estadual e fazem contatos com crianças.

A Acadêmica Ester apresentou e presentou bibliotecas escolares com seu livro

infantil.
Menina saúda Ester.

Contando história.

Silvana na sua especialidade de contadora de história.


                                                                             E mais uma poesia do "poetíssimo" Weber Muller

 
D E G R A U S
  Descendo os degraus da vida
 Posso sentir quanta alegria perdida
 Vejo-me sozinho, em esquinas
 Como um jogador, apostando na sina...
 Sempre que desço os degraus
 Sinto-me decapitado como a nau
 Navegando em alto mar, sem direção
 Preso a um passado cheio de solidão...
 
 É preciso descer os degraus do coração
 Ancorar ,em porto seguro, a embarcação
 Deixar-me levar pelos ventos que sussurram aos ouvidos
 Tirar lições dos momentos vividos!
 Degraus... São muitos os degraus...
 Traduzidos em comportamentos maus
 É preciso descê-los, sem medo do porvir
 Humildemente, fazer-me pequeno e me redimir...
 Não posso me dar ao luxo de fingir
 Disfarçar e enganar-me , ao ponto de me iludir
 Quantos degraus ainda preciso descer?
 São tantos...Que não consigo compreender...
 
 Seria tão simples os degraus descer
 Se se me permitisse um renascer
 Bastaria ser fiel, manso e humilde , acolhendo ao irmão
 Num gesto de amor, sublime lição!...
 
 Dos degraus, chego a sentir medo
 Mas guardo comigo esse segredo
 Num ato covarde, frio e cruel
 Envenenando-me...fazendo vítima do meu próprio fel.
 
 Degraus...é preciso descê-los...um a um...calmamente
 Abrir meu coração , remover a pedra, serenamente
 Deixar que a luz passe pelas fissuras
 Clareie meu ser e promova verdadeiras curas.
 
 Degraus, apenas degraus que eu mesmo construí
 Amealhei antipatias, inimizades, rancores e me feri
 Pois é, pra quê? De nada adiantou-me a pele de cordeiro
 Se o lobo continuou a habitar meu coração – infeliz hospedeiro.
  Seguir em frente, sentar-se ao lado do próximo necessitado
 Partilhar o pão dos pobres, estender a mão ao ultrajado
 Abster-me da autossuficiência, do comodismo, da inveja e do maldizer
 Comungar do amor de Cristo, fazer-me pequeno, auxiliarão o meu descer.
Quero morrer para nascer de novo
 Subir e descer degraus, juntar-me ao fiel povo
 Que estradas caminha, luta e persevera
 Na construção de um reino novo, cheio de divinas quimeras !
 
 Weber Müller -  Inverno de 2013.