domingo, 9 de junho de 2013

CECILIA MEIRELES

Canção da tarde no campo
Cecilia Meireles


Caminho do campo verde

estrada depois de estrada.

Cerca de flores, palmeiras,

serra azul, água calada.

 Eu ando sozinha

no meio do vale.

Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra

Que é a imagem da minha vida:

tão vazia, mas tão bela,

tão certa, mas tão perdida!

Eu ando sozinha

por cima de pedras.

Mas a tarde é minha.

 Os meus passos no caminho

são como os passos da lua;

vou chegando, vai fugindo,

minha alma é a sombra da tua.

Eu ando sozinha

por dentro de bosques.

Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,

não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.

Subo monte, desço monte.

Eu ando sozinha
ao longo da noite.

Mas a estrela é minha.


Disponível em: http://pensador.uol.com.br/cecilia_meireles_poemas/

O TEMPLO E A FORCA


Comentário de Ernesto von Eckhardt que se define livre pensador. Sua presença no Fb
é de quem sabe e  faz a hora.

Depois de "As Chamas na Missa", Santos Neves escreveu "O Templo e a Forca" que mereceu minha avaliação pública: O Templo e a Forca.
Luiz Guilherme Santos Neves na contracapa de seu romance antecessor As Chamas na Missa, com maestria, já conduziu o leitor ao âmago do conteúdo de seu livro O Templo e a Forca ao colocar nos lábios de um de seus personagens: Eis que me surge o Santo Ofício espalhando entre o povo sas serpentes do medo.

A Inquisição foi um terrível instrumento criado para garantir à Igreja Romana o domínio e predomínio de sua religião como única e verdadeira para a garantia dos poderes políticos, econômicos e sociais, ocultos, cerceando a liberdade de pensamento, não importando matar em nome de Deus. A Igreja Romana, na época, se sentia e pregava ser representante de Deus na Terra. A Inquisição permeia os dois romances.

Quando li o romance O Templo e a Forca, fiz a avaliação abaixo, publicada em A Gazeta, de nossa cidade, em 28 de novembro de 1999.

“Novo romance de Luiz Guilherme Santos Neves, recém lançado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, O Templo e a Forca é o elo de um capítulo em solo capixaba que poderia ser notável não fosse a ignorância e o terror dominante na época da epopéia do Queimado. A linha de pensamento do autor é fluente e transcendente.
Na página 28 lê-se “... Os cativos do Queimado e da Serra entram com seu trabalho para a ereção do templo, que é o que de melhor podem doar à glória do patriarca. Desta maneira, serão amparados por seus esforços e receberão a justa paga e a merecida compensação pelos sacrifícios que fizerem, porque Deus é o pai de todos nós, e São José o pai adotivo do filho de Deus, que olha por todos os homens”.

No discurso de recrutamento de ajuda financeira e de mão-de-obra para a construção de uma igreja branca contrastando com o verde da mata, frei Gregório usou de costumeiras metáforas que subentendiam, aos cativos, uma promessa de alforria. Os cativos alojaram no sacrário de suas almas a mensagem de liberdade com potencial sensibilidade.

Com felicidade, o autor embala o sopro de liberdade como suporte de na identidade de seus personagens. O homem livre é estável nos seus valores simbólicos enquanto a opressão constrói uma figura fantasma. É um romance com a história de lutas e frustrações quando ocorre a ruptura do encanto. O homem é uma força vital, desde o nascimento paramentado de liberdade, de igualdade e de direitos.
Frei Gregório não se revela sensível ao grito de liberdade! Não se importou com a verdade e com a dúvida da época. Para ele valiam as sensações e as percepções materiais numa mensagem religiosa.
Luiz Guilherme, um escritor apaixonado pela epopéia do Queimado, identifica-se com a emoção de seus personagens na habilidade de escrever bem, concentrado no episódio sangrento de uma luta impotente.

O romance adquire maior emotividade quando o templo é dado por pronto e acabado. É quando os cativos descobrem o logro: como recompensa cabia-lhes o céu e a vida eterna.

A decepção é narrada com vigor. O sacerdote se insere na conspiração da liberdade, sequer preocupado com uma resposta sutil.
O autor desperta o espírito e estimula a compaixão quando a liberdade teve tudo para se harmonizar com o emocional e o racional.

Vitória-ES, 26 de dezembro de 2010.

VALORIZAÇÃO DA CULTURA

Lei Chico Prego, como a Lei Rubem Braga, valorizam a cultura e facilitam publicação de livros, edição de outros instrumentos de cultura.  Não deve faltar a nenhum município a sua.

Oi, amigo/a:

Venho informar o lançamento de mais 7 livros viabilizados pela Lei Chico Prego, safra dos Editais de 2009/2010 e 2011.

O evento está marcado 18 de junho, uma terça-feira, a partir das 18 horas, na Biblioteca e Centro Cultural “Carlos Correa Loyola”, no Bairro Valparaíso (Serra), à Av. Guarapari, 112.

Estou certo de que o clima será ainda mais gostoso se puder contar com sua presença, de seus familiares, vizinhos e amigos, particularmente os das redes sociais.

Por favor, convide-se e a toda esta gente.

Muito obrigado.

Maurilen de Paulo Cruz (Mauri)
Rua Estácio de Sá, 155 (rua que começa em frente ao Bradesco, perpendicularmente à Avenida Central) Parque Residencial Laranjeiras – Serra (ES) – 29165-450
Telefone: (0xx27) 3328-5928

Títulos que estarão sendo lançados:

“Se as Flores Pudessem Falar” (poesias), de Adonias Baldan: “Um acervo poeticamente comprometido com o nosso cotidiano, poemas que procuram suprir a lacuna que existe no convívio social de todos, textos acessíveis e simples, que constituem o resultado da minha convivência dentro da comunidade" (palavras do autor, na contracapa do livro).

“Lençol de Ilusão” (poesias), de Marcos Marcelo Lírio: Poesias bem de acordo com a maneira de ser do mundo moderno: curtas, rápidas, simples, quase haikais. De certa forma, a obra se explica no último verso da poesia-título (pagina 23): “A vida vista de cima é menos agressiva.”

“Tony: O Salva-Peixes do Fundo do Mar” (infanto-juvenil), de Célia Mara Rangel Nunes: Aventuras de um caranguejo literalmente “antenado” na modernidade, que vive para a missão herdada do pai e do avô: salvar peixes das redes dos pescadores. Belas e coloridas ilustrações aumentam a expressividade.

“Culinária dos Deuses Encantados”, de Orlando Costa Santos: Receitas de comidas que se consomem nos rituais de candomblé e umbanda e “receitas” da arte de viver, baseadas na experiência do autor, de 79 anos, presidente da Unescap (União Espírita Capixaba).

“O Templo e a Forca: A História de uma Insurreição Imaginada”, de Isabela Basílio de Souza Zon: Análise da relação entre história e ficção no romance “O Templo e a Forca” (1999), a “licença

Isabela Zon
poética” de Luiz Guilherme Santos Neves sobre a Insurreição do Queimado, havida na Serra em 19/03/1849. Santos Neves “cria” uma história cujos episódios e personagens não estão necessariamente nos documentos oficiais.

“Luiz Gama e André Rebouças: Negros Livres no Brasil Imperial”, de Hiléia Araújo de Castro: Biografia e militância de dois abolicionistas de características muito especiais: eram descendentes de negros e intelectuais, tidos como “mulatos geniais”, afirma a autora.

“Introdução à Fotografia”, de Rodger Hedu Savaris de Oliveira: Dividido em “aulas”, ilustrado, é um manual sobre como obter o melhor de uma máquina fotográfica. E um pouco da história da fotografia.