A praça de alimentação
daquele shopping fervilhava neste sábado, por volta das 19 h 30 m, quando
cheguei com Daniel que avesso a comidas, desejava somente sentar e poder ler as
revistinhas que acabara de comprar.
Daniel |
Uma das mesas, contudo,
era ocupada somente por duas ainda quase adolescentes, muito lindinhas, bem
vestidas, doçura pura. Uma lanchava a outra esperava, fazia companhia. Pela
expressão dos seus semblantes, encorajaram-me a pedir permissão para ocupar as
outras duas cadeiras com o que aquiesceram incontinenti, e não só, tinham estampados
nos belos lábios, belíssimos sorrisos com
os quais nos acolheram. Maravilhosos dentes, como a natureza faz
acontecer, porque se não o fizer, métodos eficientes se encarregam dos resultados.
Daniel sequer as terá
olhado, - ainda não é tempo, tem apenas seis anos - entretido que estava em ler
Chico Bento, ouviu meu comando: senta e
me espera aqui. Sentou-se e pôs-se a ler. Elas o olhavam e sorriam com simpatia, compreendendo-lhe o comportamento e como que o achando (ele é) muito bonitinho.
Com intensa naturalidade, as duas conversavam, uma
degustava tranquilamente, seu lanche, sem apagarem os sorrisos dos lábios e
principalmente, sem em nenhum momento, ignorarem nossa presença, como
costumeiramente acontece da parte de suas coetâneas, em momento igual.
Assim, sem palavras, mas
com intensidade de olhares, troca de sorrisos, muita hospitalidade, estivemos
lado a lado, por uns apenas 15 minutos talvez.
Findo o lanche, não sem me
advertirem que estavam para se levantar: “senhora, nós já vamos”, foram-se
deixando-me a deliciar o sabor daquela ainda que breve, intensa convivência,
plena de hospitalidade.
Hospitalidade, mas que
palavrão! No bom sentido, tudo bem.
Só me ocupo de falar e até
escrever sobre o momento, elogiar e degustar, porque lamentavelmente, deparamos
com poucos assim. As gerações coexistem, mas pouco convivem e a h o s p i t a l i d a d e se torna ingrediente eficiente, mas ausente
de nossas vidas, com graves consequências para o amor e a fraternidade.
De tudo resta uma certeza: daquelas menininhas, nunca mais me esquecerei.
Vitória, 6 de outubro de
2013
11:15