sábado, 10 de agosto de 2013

PRESENÇA DA AFESL

                                                                          
Ester Abreu e Silvana Sampaio, da Academia Feminina Espírito-santense de    

Letras marcam presença nas comemorações do aniversário de Biblioteca Pública

Estadual e fazem contatos com crianças.

A Acadêmica Ester apresentou e presentou bibliotecas escolares com seu livro

infantil.
Menina saúda Ester.

Contando história.

Silvana na sua especialidade de contadora de história.


                                                                             E mais uma poesia do "poetíssimo" Weber Muller

 
D E G R A U S
  Descendo os degraus da vida
 Posso sentir quanta alegria perdida
 Vejo-me sozinho, em esquinas
 Como um jogador, apostando na sina...
 Sempre que desço os degraus
 Sinto-me decapitado como a nau
 Navegando em alto mar, sem direção
 Preso a um passado cheio de solidão...
 
 É preciso descer os degraus do coração
 Ancorar ,em porto seguro, a embarcação
 Deixar-me levar pelos ventos que sussurram aos ouvidos
 Tirar lições dos momentos vividos!
 Degraus... São muitos os degraus...
 Traduzidos em comportamentos maus
 É preciso descê-los, sem medo do porvir
 Humildemente, fazer-me pequeno e me redimir...
 Não posso me dar ao luxo de fingir
 Disfarçar e enganar-me , ao ponto de me iludir
 Quantos degraus ainda preciso descer?
 São tantos...Que não consigo compreender...
 
 Seria tão simples os degraus descer
 Se se me permitisse um renascer
 Bastaria ser fiel, manso e humilde , acolhendo ao irmão
 Num gesto de amor, sublime lição!...
 
 Dos degraus, chego a sentir medo
 Mas guardo comigo esse segredo
 Num ato covarde, frio e cruel
 Envenenando-me...fazendo vítima do meu próprio fel.
 
 Degraus...é preciso descê-los...um a um...calmamente
 Abrir meu coração , remover a pedra, serenamente
 Deixar que a luz passe pelas fissuras
 Clareie meu ser e promova verdadeiras curas.
 
 Degraus, apenas degraus que eu mesmo construí
 Amealhei antipatias, inimizades, rancores e me feri
 Pois é, pra quê? De nada adiantou-me a pele de cordeiro
 Se o lobo continuou a habitar meu coração – infeliz hospedeiro.
  Seguir em frente, sentar-se ao lado do próximo necessitado
 Partilhar o pão dos pobres, estender a mão ao ultrajado
 Abster-me da autossuficiência, do comodismo, da inveja e do maldizer
 Comungar do amor de Cristo, fazer-me pequeno, auxiliarão o meu descer.
Quero morrer para nascer de novo
 Subir e descer degraus, juntar-me ao fiel povo
 Que estradas caminha, luta e persevera
 Na construção de um reino novo, cheio de divinas quimeras !
 
 Weber Müller -  Inverno de 2013.