sábado, 1 de junho de 2013

HONESTIDADE, CADÊ VOCÊ?


A palavra Honra resulta do terno latino Honor. Daí o ser humano honrado
dever ser puro, fiel, leal, digno, distinto, decente, consciencioso, sério, respeitoso, correto, precavido, escrupuloso, autêntico, verdadeiro, íntegro, enfim, probo. De igual modo, a palavra Honestidade origina-se do Latim: Honestas. A raiz de Honestidade é Honor. Honesto, por seu turno, é todo aquele que nutre lealdade, fidelidade, respeito, franqueza, decoro, responsabilidade, dignidade, decência, retidão, seriedade, correção, consciência, autenticidade, integridade, enfim, probidade. Daí a palavra tão em voga, hoje, especialmente pelo fato de reinar, no no País, certa liberdade de expressão: (im)probidade.

A meu ver, a Honestidade é uma virtude de natureza moral e cívica, em cujo território deve habitar o bom caráter. O caráter encerra, sempre, um conjunto de atributos, que classificam as pessoas. Se o conjunto de atributos corresponder a valores éticos e morais, seus portadores serão pessoas honradas, honestas.Se, ao contrário, tal conjunto encartar atributos aéticos e amorais, seus portadores serão, por óbvio, pessoas desonradas, desonestas, quer estejam na Política, quer estejam fora dela (em qualquer segmento da Sociedade), pois, quem perde o caráter, perde tudo. Tanto a Honestidade quanto a Desonestidade se revelam através da conduta que externamos diuturnamente. Se formos desonestos, praticaremos, por óbvio, condutas ilegais, imorais, injustas, desumanas. Ao contrário, se formos honestos, praticaremos condutas legais, éticas, justas e humanas.

Vejamos, primeiro, algumas expressões que traduzem o bom caráter, que, por conseguinte, deságuam na Honestidade: respeito ao direito alheio, que traduz a paz; transparência na conduta, que permite visibilidade ampla; humanismo na ação etc. etc. Em contrapartida, oportuno é também transcrevermos, aqui, o pensamento de Greta Garbo (1905-1990), atriz sueca, consistente no que segue: “Cada um de nós vive a sua vida apenas uma vez, se formos honestos, viver uma vez é suficiente.”

Vejamos, agora, algumas expressões corriqueiras, que podem encartar mal caráter, que deságuam na Desonestidade: “dá-se um jeitinho”; “quebra-se o galho”; “falta-lhe jogo de cintura”; “falta de esperteza”; deve ter vivacidade”, “está escolado”, “preciso de uma oportunidade”; em resumo: a adoção da chamada “Lei de Gérson”, que regula a conduta daqueles que querem levar vantagem em tudo. Por oportuno e conveniente, registre-se, aqui, que, dificilmente, os desonestos confessam que o são. Ao contrário, posam, sempre, como honestíssimos. Acho que, por esta razão, Juvenal (60-127 d. C.), poeta romano, teria afirmado: “A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio”. Abraham Lincoln (1809-1865), ex-Presidente dos Estrados Unidos da América do Norte, certa feita, assim se pronunciou sobre o ser humano: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”

John Emerick Edward Dalberg (1834-1902), historiador britânico, disse: “O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente”. Daí a importância, não só de um regime democrático, mas, também, de uma oposição forte e atuante, para, sobretudo, legislar e fiscalizar, com eficiência e êxito, todos os atos que praticar a situação. A respeito dos desmandos e da corrupção que, há 150 anos, já corroíam as entranhas da Sociedade brasileira, sentenciara o saudoso Rui Barbosa:
De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver prosperar a desonra,
De tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus,
O homem chega a desanimar da virtude,
Rir-se da honra e ter vergonha de ser HONESTO.”

É de se perguntar: honestidade, cadê você? Onde está que não responde?
Concluindo, ouso dizer: não basta sermos honestos e dizermos que somos honesto; é preciso combatermos a desonestidade, sob pena de sermos coniventes com todos os erros (atos aéticos, imorais e ilícitos), que, com muita frequência, ocorrem, à luz do dia, em torno de nós.

Salvador Bonomo.
Ex-Deputado Estadual e Promotor de Justiça aposentado.