quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AS BEM AVENTURANÇAS

Mateus 5,1-12: As bem-aventuranças como caminho de santidade - Ildo Bohn Gass


"Felizes os que são pobres no espírito, porque deles é o reino dos céus"

(Mateus 5,3).

Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem bem-aventuradas. "Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo" (Levítico 19,2). A comunidade de Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: "Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito" (Mateus 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus da misericórdia, a comunidade de Lucas formula assim o mesmo convite: "Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso" (Lucas 6,36).

Dia 02 de novembro é um dia especial em que milhões de pessoas refletem sobre todas as pessoas bem-aventuradas e que já se encontram na glória do Pai. Para nós, que ainda peregrinamos neste mundo na promoção de vida digna, Jesus nos propõe um caminho de santidade e que já começa nesta vida. Conforme a comunidade de Mateus, as oito bem-aventuranças são esse caminho.

Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mateus 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da Lei, o Pentateuco. A Lei era considerada a expressão da vontade de Deus. No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver a Lei em todos os seus pormenores. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da Lei. Diz que, mais que a letra, é o espírito da Lei que interessa. Disse ainda que o espírito da Lei consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,34-40). Assim, o amor passa a ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mateus 12,1-8; 23). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino (cf. Mateus 6,33). Se Moisés era o antigo mestre da Lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade no amor.

O primeiro grande ensinamento do mestre da justiça, o Sermão da Montanha (Mateus 5-7), é um conjunto de orientações para a boa convivência na comunidade. Tal como Moisés escrevera as palavras da Lei estando sobre um monte, Jesus dá as novas orientações também numa montanha (Êxodo 34,28; Mateus 5,1).

As bem-aventuranças (Mateus 5,1-12) são a porta de entrada ao Sermão da Montanha (Mateus 5-7). São um programa de vida para trazer felicidade plena a quem adere à Boa-Nova de Jesus.

A justiça do Reino dos Céus (= de Deus), isto é, a vontade de Deus, é o carro-chefe das bem-aventuranças. O Reino é o projeto na primeira e na oitava bem-aventurança. E, no centro, estão a busca da justiça (do projeto do Reino) e a busca da misericórdia (ter o coração voltado para quem está na miséria). Uma vez realizada a justiça de Deus, os empobrecidos deixarão de ser oprimidos, pois haverá partilha e solidariedade. Por isso, Jesus os declara felizes.

A primeira bem-aventurança é a mais importante. As demais são desdobramentos desta. Os pobres são aqueles que choram, são os mansos ou humildes (no Salmo 37,11, texto-base para esta bem-aventurança, são chamados de anawim, isto é, de pobres), os que têm fome, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz e as pessoas perseguidas por causa da justiça. E as dádivas para os empobrecidos são: o Reino de Deus, o conforto, a terra partilhada, a fartura, a misericórdia, a contemplação de Deus e a filiação divina (agir à imagem e semelhança de Deus ou ter as mesmas atitudes de Deus).

Porém, ser pobre não é suficiente. Está claro que os empobrecidos são os preferidos de Deus, justamente porque ele não pode ver nenhum de seus filhos e nenhuma de suas filhas passando por necessidades. Ainda mais, quando a pobreza é fruto da injustiça humana. É interessante notar que esta mesma bem-aventurança, no Evangelho segundo Lucas, reza assim: "Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus" (Lucas 6,20).

Quando a comunidade de Mateus acrescentou "no espírito" à primeira bem-aventurança de Jesus (Mateus 5,3), também estava preocupada com o fato de que há pobres com coração e mente impregnados com o espírito de rico, buscando o sentido mais profundo para a vida na riqueza e no poder. Por isso, quis deixar bem claro para seus destinatários que não basta ser pobre, mas que é preciso ser "pobre no espírito", isto é, viver de acordo com o espírito do próprio Deus. É possível que a comunidade de Mateus, ao acrescentar à parábola do banquete a presença de um homem sem a veste nupcial (Mateus 22,1-14; comparar com Lucas 14,16-24), queira justamente se referir à necessidade de também ser pobre no espírito, ou seja, livre de tudo que escraviza. Ser pobre no espírito também é a opção pelo projeto da justiça e da misericórdia, é viver na total confiança e dependência de Deus, é confiar na partilha, na vida simples e na fraternidade.

Aliás, são justamente as pessoas que buscam a felicidade no consumismo, na acumulação e no individualismo que perseguem aos que lutam pela justiça do Reino, pela paz e pela partilha. Foi assim que, no passado, os poderosos perseguiram os profetas (Mateus 5,10-12).

E hoje, Jesus renova o convite para nós: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo" (Mateus 6,33). E o caminho da justiça do Reino, o caminho da santidade está na prática do espírito da Lei proposto nas orientações fundamentais para a vida, e que Jesus sintetiza nas bem-aventuranças.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

SILÊNCIO

O mato espargia todo perfume
que tangido pela forte chuva
não pudera conter.
 
Uma brisa mansa
distanciava de muito o calor
deixando no ar apenas,
toda fragrância,
seu intenso frescor.
 
Batido pela chuva
salpicado pela brisa,
meu coração cantava
e era indizível
a liturgia do silêncio
que se fez.
 
 
 
Quando a publicação é de outra pessoa cito o nome, as demais são minhas.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SAUDADE

Saudade, mas o que é saudade?

que se sente e não se vê.

O que é esta dor

que machuca pra valer?

 

Que faz querer bem

até a quem não convém,

mas também a quem se tem

estimado muito além.

 

Saudade, esperança

de ver  até quem

se há de querer;

de ter alguém

que não é mais possível ter.

 

É a oportunidade perdida

de um amor imenso,

intenso,

propenso a ser eterno.

 

O que é saudade,

pode ser tudo que já foi dito,

e ainda muito, muito mais.

e certamente muito mais

do que não se disse.

 

Saudade é rio que caminha para o mar...

É vento que sopra a desfolhar...

É meu sentimento que sequer se define.

É tudo de que me aposso

... e ainda posso repartir.

 

Ah, que saudade!!!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

MÁGOA OU CULPA GUARDADAS

Focalizamos nesta reflexão, a mágoa ou a culpa guardadas. Uma como outra podem causar sérios prejuízos à nossa saúde além de roubar nossa paz.

Quando estivermos no sufoco, não adianta nada querermos resolver sozinhos os nossos problemas. Quando estivermos abatidos, precisamos encontrar alguém com quem partilhar, alguém a quem contar o que estamos passando, pois, falando podemos ao menos desabafar.

Todos podemos precisar daquele ombro amigo, daquele coração acolhedor, daquela pessoa que sabe parar para ouvir. Muita gente começa a passar por sérios sofrimentos, por medo ou vergonha se encolhe e como sempre acontece, o mal-estar vai-se acumulando e o sofrimento só tende a aumentar.

Em outras circunstâncias, uma boa confissão pode ser o que resolve. Pode ser que a pessoa pense que cometeu algum deslize, vive-se martirizando como consequência, tem aquilo como um pecado. Então procure um padre em quem confie, peça ajuda, se confesse. A confissão não caiu de moda é sacramento que dá a graça.

Nem é o caso de se se sentir pecador e que só merece mais é sofrer mesmo.

Por favor, Deus nos criou para a alegria e nada nos pede sem nos dar as forças necessárias para realizar o que pediu.

Se você se encontra numa situação assim, peça ajuda a Nossa Senhora, que ela lhe tire da fossa, se desabafe com alguém, confesse, se for o caso, não deixe de lutar, não esqueça que você tem todo direito de ser feliz.

sábado, 13 de outubro de 2012

O QUE É VIVER BEM

Cora Coralina

MINHA PATRONA - CADEIRA Nº 6 - NA AMALETRAS




Um repórter perguntou à Cora Coralina o que é viver bem.

Ela lhe disse:



... Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense.

Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.

É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.

Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada.

Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.

Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.

Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.

Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança.

Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.


Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O ANO DA FÉ


Saudação de D. Zanoni

No dia de hoje, 11 de outubro de 1962, teve início em Roma o Concílio Vaticano II que o Papa João XXIII convocou, ao vislumbrar que a Igreja carecia de respirar novos ares. A data marca ainda os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica e em celebração de tão auspiciosos eventos eclesiais, tem início o Ano da Fé, que termina em 24 de novembro de 2013, Festa de Jesus Cristo Rei.

Acreditar ou admitir profundamente sobre uma verdade, direcionar nossa atenção sobre algo ou um ser em que recaia nossa atenção, significa ter fé! Fé é acreditar de forma inquebrantável no objeto sobre o qual nos debruçamos, mediante o qual nos orientamos, segundo ele, agimos.

Usa-se a palavra em referências menores, mas é a princípios religiosos que ela está mais estreitamente ligada. Segundo a catolicidade, a fé deita raízes na chamada profissão dos apóstolos, o Credo, oração em que se repetem as principais verdades ou sejam: “unidade e trindade de Deus, criador do céu e da terra, na encarnação do Verbo pela força do Espírito Santo, na paixão, morte e ressurreição do Salvador”.


Cardeal Cláudio Hummes

Nossa Igreja é hierárquica. O Papa é sucessor de Pedro, aquele a quem Jesus entregou as chaves do reino, assegurando que o que ligasse na terra estaria ligado no céu.

Ao atual Pontífice, Papa Bento XVI, não passou despercebido que a fé vem-se debilitando com reflexos desairosos na vida de todas as pessoas. Na busca de melhoramento, entendeu pela necessidade de uma forma de reavivá-la em todos e optou, por proclamar um ano temático, O ANO DA FÉ.

Para tanto, escreveu ao mundo uma carta a qual chamou PORTA DA FÉ. A festa do padroeiro da cidade de São Mateus, o apóstolo escritor do primeiro dos quatro Evangelhos, foi marcada pela presença de um Cardeal naquela cidade proferindo sábia palestra sobre exatamente, o ano da fé.

Coube ao Bispo da Diocese, D. Zanoni, saudar o visitante, oportunidade na qual afirmou a necessidade de ter a fé como epicentro dos valores desejados pela cultura. Sem fundamentalismo, sem imposição de verdades.

Em sua fala forjada no curso dos anos sobre os valores do Reino, o Cardeal Hummes, evidenciou o surgimento de uma cultura cada vez mais forte, repreendeu os que usam meios impositivos e agressivos para proclamar a verdade, enquanto ignoram a invasão de uma cultura que penetra cada vez mais profundamente através dos meios de comunicação social sempre mais ao alcance das massas, que a guisa de “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, disseminam joio onde foi plantado trigo. E dai, o perigo de que as pessoas mais frágeis se deixem influenciar gerando uma sociedade em que tudo é relativo. Nada é válido para todos, nossa origem, por exemplo, porque somos para onde iremos. Aceita-se tudo como se ocorresse uma votação em que a maioria ganha.

A moral foi diluída, tudo é fragmentário, ao invés de lamentarmos ou lutar contra, achamos bonito. É esta a crise que angustia a Igreja e o Papa.

O Ano da Fé tem como escopo, restaurar a força da fé, vale a pena, existem ótimos motivos para recuperar a própria fé, saber como vivê-la e transmiti-la.

A porta da fé nos leva a Jesus Cristo, o grande amigo pelo qual se faz qualquer coisa. Encontrar-se com Jesus Cristo concretiza a grande descoberta do amor, do quanto se ama e se é por Ele amado. Com isto afastam-se angústias e dores, erige-se a cultura de paz.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES        
Mc 10,2


Carlos Mesters e Mercedes Lopes

ABRIR OS OLHOS PARA VER
No texto de hoje, Jesus continua dando conselhos sobre o relacionamento entre homem e mulher, e sobre o relacionamento com as mães e as crianças. Naquele tempo, no relacionamento entre homem e mulher, havia muito machismo. Com os pequenos e excluídos Jesus pede o máximo de acolhimento. No relacionamento homem-mulher ele pede o máximo de igualdade. Com as crianças e suas mães, o máximo de ternura. Vamos conversar sobre isso.

COMENTANDO

Marcos 10,2: A pergunta dos fariseus: "o marido pode mandar a mulher embora?"
A pergunta é maliciosa. Ela pretende colocar Jesus à prova: "É lícito a um marido repudiar sua mulher?" Sinal de que Jesus tinha uma opinião diferente, pois do contrário os fariseus não iriam interrogá-lo sobre este assunto. Não perguntaram se é lícito a esposa repudiar o marido. Isto nem passava pela cabeça deles. Sinal claro da forte dominação masculina e da marginalização da mulher.

Marcos 10,3-9: A resposta de Jesus: o homem não pode repudiar a mulher

Em vez de responder, Jesus pergunta: "O que diz a lei de Moisés?" A lei permitia ao homem escrever uma carta de divórcio e repudiar sua mulher. Esta permissão revela o machismo. O homem podia repudiar a mulher, mas a mulher não tinha este mesmo direito. Jesus explica que Moisés agiu assim por causa da dureza de coração do povo, mas a intenção de Deus era outra quando criou o ser humano. Jesus volta ao projeto do Criador e nega ao homem o direito de repudiar sua mulher. Tira o privilégio do homem frente à mulher e pede o máximo de igualdade.

Marcos 10,10-12: Igualdade de homem e mulher
Em casa, os discípulos fazem perguntas sobre este assunto. Jesus tira as conclusões e reafirma a igualdade de direitos e deveres entre homem e mulher. Ele propõe um novo tipo de relacionamento entre os dois. Não permite o casamento em que o homem pode mandar a mulher embora, nem vice-versa.

O evangelho de Mateus (cf. Mt 19,10-12) acrescenta uma pergunta dos discípulos sobre este assunto. Eles dizem: "Se a gente não pode dar uma carta de divórcio, é melhor não casar". Preferem não casar do que casar sem o privilégio de poder continuar mandando na mulher. Jesus vai até o fundo da questão. Há somente três casos em que ele permite a uma pessoa não casar: (1) impotência, (2) castração e (3) por causa do Reino. Não casar só porque o fulano se recusa a perder o domínio sobre a mulher, isto a Nova Lei do Amor já não o permite! Tanto o casamento como o celibato, ambos devem estar a serviço do Reino e não a serviço de interesses egoístas. Nenhum dos dois pode ser motivo para manter o domínio machista do homem sobre a mulher.

Marcos 10,13-16: Receber o Reino como uma criança

Trouxeram crianças para que Jesus as tocasse. Os discípulos tentaram impedir. Por que impediram? O texto não diz. Os discípulos não gostam de gente sem importância perto de Jesus. Além disso, conforme as normas rituais da época, crianças pequenas com suas mães viviam quase constantemente na impureza legal. Tocando nelas, Jesus ficaria impuro! Mas a reação de Jesus ensina o contrário. Ele diz: "Quem não receber o Reino como uma criança não vai poder entrar nele!" O que significa essa frase? 1) A criança recebe tudo dos pais. Ela não consegue merecer o que recebe, mas vive no amor gratuito. 2) Os pais recebem a criança como um dom de Deus e cuidam dela com todo o carinho. A preocupação dos pais não é dominar a criança, mas sim amá-la e educá-la para que cresça e se realize!

 

ANO DA FÉ


 


Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. Nesse mesmo mês estaremos vivendo mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização.

Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento” (Mt 22,37). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé?

Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se.

O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade do Ano da Fé.
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Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na sociedade. Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não tenhamos medo de falar d'Aquele que dá um sentido último às nossas vidas. Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe, se fez carne e habita em nós e está entre nós.

Preparemo-nos, através da oração, da adoração, da eucaristia, da reconciliação e da missão pessoal e comunitária para o Ano da Fé, que coincidirá, para o nosso júbilo, com a preparação e a realização da JMJ Rio 2013!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
 
 
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

IRMÃO SOL

4 de outubro , dia de São Francisco de Assis.
Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, em 1182. Pertencia à burguesia, e dessa condição tirava todos os proveitos. Como seu pai, tentou o comércio, mas logo abandonou a ideia por não ter muito jeito para isso. Sonhou, então, com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o status que sua condição exigia. Contudo, em 1206 para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa. Entregou-se totalmente a um estilo de vida fundado na pobreza, na simplicidade de vida, no amor total a todas as criaturas. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos. Com Santa Clara, sua dileta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. O pobrezinho de Assis, como era chamado, foi uma criatura de paz e de bem, terno e amoroso. Amava os animais, as plantas e toda a natureza. Poeta, cantava o Sol, a Lua e as Estrelas. Sua alegria, sua simplicidade, sua ternura lhe granjearam estima e simpatia tais que fizeram dele um dos santos mais populares dos nossos dias.

 ORAÇÃO - Glorioso São Francisco, Santo da simplicidade, do amor e da alegria. No céu contemplais as perfeições infinitas de Deus. Lançai sobre nós o vosso olhar cheio de bondade. Socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e corporais. Rogai ao nosso Pai e Criador que nos conceda as graças que pedimos por vossa intercessão, vós que sempre fostes tão amigo dele. E inflamai o nosso coração de amor sempre maior a Deus e aos nossos irmãos, principalmente os mais necessitados.
São Francisco de Assis, rogai por nós. Amém.

ORAÇÃO DA PAZ 

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

 Ó Mestre, fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe.

É perdoando que se é perdoado.

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

ANJOS E ARCANJOS

Quem são os anjos que marcam a liturgia do dia 2 de outtubro?

As informações que seguem foram tiradas do Catecismo da Igreja Católica.
O anjo anunica a Maria.
Cristo é o centro do mundo angélico. São seus os anjos: "Quando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos..." (Mt 25,31). São seus porque foram criados por e para Ele: "Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl 1,16). São seus, mais ainda, porque Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. "Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?" (Hb 1,14).

Os Arcanjos
Os Evangelhos falam de um tempo de solidão de Jesus no deserto, imediatamente após seu Batismo por João: "Levado pelo Espírito" ao deserto, Jesus ali fica quarenta dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem. No final dessa permanência, Satanás o tenta por três vezes procurando questionar sua atitude filial para com Deus. Jesus rechaça esses ataques que recapitulam as tentações de Adão no Paraíso e de Israel no deserto, e o Diabo afasta-se dele "até o tempo oportuno" (Lc 4,13).

Os três estados da Igreja. "Até que o Senhor venha em Sua majestade e, com ele, todos os anjos e, tendo sido destruída a morte, todas as coisas lhe forem sujeitas, alguns dentre os seus discípulos peregrinam na terra; outros, terminada esta vida, são purificados; enquanto outros são glorificados, vendo ‘claramente o próprio Deus trino e uno, assim como é'."

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

OUTUBRO, MÊS DO ROSÁRIO


Rosário

A experiência de recitar o Rosário é uma das formas mais antigas da devoção popular à Maria. 


Nossa Senhora do Rosário
Rezar o Rosário, individual ou conjuntamente, não é, porém, apenas uma simples recitação de uma série de orações.  É muito mais:  é, com Maria, percorrer a história da salvação através dos mistérios da vida de Jesus Cristo. 

Contemplar os mistérios da vida de Jesus, é um convite a revivermos, internamente, cada momento que nos é proposto.  É relembrar, com a memória, a história; é olhar, com a imaginação, a cena que se passa; é entender, com o sentimento, o chamado que Deus nos faz através daquela reflexão.

No Rosário são rezadas as seguintes orações:

A meditação do Rosário começa com o Sinal da Cruz, evocação da Santíssima Trindade, princípio e fim de nossa fé.

Em seguida, o Credo que nos convida a meditar sobre os principais artigos de nossa fé.

Antes de iniciar os mistérios, temos um conjunto de quatro orações iniciais - um Pai Nosso e três Ave Maria que é um momento de petição e oferecimento da oração do Rosário que está sendo iniciada.

O Rosário é composto por  mistérios, organizados conforme a maneira que se propõe a reflexão sobre a história da Salvação.  Assim é que teremos cinco mistérios gozosos (ou da alegria),  cinco dolorosos, cinco gloriosos e, mais recentemente, os cinco mistérios luminosos.

Cada mistério é iniciado por um Pai Nosso seguido pela recitação de 10 Ave Maria  e finalizado com um Glória ao Pai.

Após a meditação dos mistérios, finaliza-se o Rosário com a recitação da Salve Rainha, em louvor à Maria pelas graças concedidas com a oração que termina.

Beato João Paulo II
Incentivador da reza do terço
O Terço

O Terço é uma forma abreviada de se rezar o Rosário.  Como o próprio nome diz, o Terço refere-se à terça parte do Rosário, ou seja, a meditação diária de apenas cinco dos conjuntos de mistérios propostos.  Tradicionalmente, a meditação dos mistérios é realizada conforme os dias da semana, ou seja, para cada dia é proposto um conjunto de mistérios diferente.

 A recitação do Terço é bastante comum na oração individual e comunitária.  Famílias, grupos de oração e pastorais costumam reunir-se para rezar o Terço, marcando momentos de celebração e reflexão, sobretudo no mês de Maio, dedicado à Maria.

 Meditação dos Mistérios

 Roteiro para percorrer os mistérios da história da Salvação, com sugestões de leituras bíblicas que poderão auxiliá-lo na contemplação proposta por cada um.

 A carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, recentemente publicada, faz uma alusão à distribuição dos mistérios pelos dias da semana, assemelhando-a ao tempo litúrgico de uma forma bastante interessante.  Diz o Papa João Paulo: “A distribuição pela semana acaba por dar às sucessivas jornadas desta, uma certa cor espiritual, de modo análogo ao que faz a Liturgia com as várias fases do ano litúrgico.”





Disponível e: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11070&cod_canal=29