sábado, 5 de março de 2011

DIA DA MULHER, PARA QUÊ?


Reafirmo.

No contexto social, mulheres e homens de acordo com os atributos das suas respectivas naturezas desempenham papel fundamental. As possibilidades dela, somadas às dele, realizam o bem indispensável, satisfazem as necessidades humanas e propiciam aquela vida com dignidade que todos desejam.  

Como todos os viventes são ou mulher ou homem, tudo que é feito tem como destinatários os próprios, pelo que, independentemente de qualquer circunstância, onde quer que estejam ou seja lá do que precisem, mulher e homem se sentirão melhor, melhor se realizarão, e mais dignidade propiciam a si mesmos.

8 de março de 2.009, mais uma celebração do “Dia da Mulher” que longe está de ser para homenageá-la como o sexo frágil,  mais do que provado que nunca foi, ou como a “Rainha do Lar”, aquela que em troca do título, se desdobrava em cuidados para que o “lar, doce lar” esteja sempre bem limpo e onde tudo é oferecido a tempo e a hora, aos filhos e ao marido sobrando para si, apenas o cansaço de tantas e múltiplas tarefas que desempenhou durante o dia que começou cedo, além da dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa.

Neste dia da mulher, valho-me da oportunidade e ouso, mais que convidar, convocar todas as mulheres a se distinguirem como cidadãs, a estarem muito atentas aos apelos dos tempos, a dizerem presente e integrarem às lutas cujas frentes se abrem na perspectiva de curar este mundo tornado moribundo por tanto descaso, por tanta desgovernança, por tanto cada um pensar que pode ser mais a custa de tantos continuarem a ser cada vez menos.

A frente de luta no momento se traduz na Campanha da Fraternidade que ainda que de iniciativa da Igreja Católica é ecumênica, tão mestiça quanto este Brasil de todas as raças, de todas as origens e de tantas expressões.

Todas e todos são convocados a repensar a insegurança em que vivemos a desvendar as causas que longe estão de se traduzirem nos gestos individuais dos que chamamos marginais que invadem nossas casas, roubam o que temos e matam os que amamos.

A insegurança começa na ausência do leite no peito que a mãe não tem, porque está desnutrida, no gesto de amor não dispensado, na expressão do carinho contido, no ignorar aquele olhar de súplica que pedia apenas atenção. E ainda muito mais!

Por isto, mulher, reparta com marido e filhos as tarefas domésticas, afinal de contas a casa em que vocês moram não é só sua. Pegue a espada desse amor que lhe transborda do coração e vem para luta sem tréguas das transformações que urgem. Se fora dos umbrais domésticos houver mais amor, justiça e paz, sua casa será inundada e sua família, todas as famílias, por acréscimo, serão bem mais felizes, até além do quanto possam ter sonhado.

Vitória, 20 de fevereiro de 2008 -        Marlusse Pestana Daher