terça-feira, 1 de março de 2011

SAUDADE...

Autor desconhecido.



Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando
mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um
espetáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos,
vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na
linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontraram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido?
Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo
tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas
recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz:
"já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro"!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Terá sumido?
Evaporado?
Não, certamente.
Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita. E é
assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi", no além,
outro alguém dirá : "já está chegando". Chegou ao destino levando
consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e
desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas.
De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Assim, um dia, todos nós partimos */como seres imortais que somos/*
todos nós ao encontro daquele que nos criou.