sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

            As unidades de conservação foram concebidas como um ambiente destinado à contemplação. É, nada menos! O homem, pela sua natureza, tem necessidade de dispor de paisagens, de lugares diante dos quais tenha possibilidade de se deixar possuir pela beleza do que vê e ser transportado, não digo ao êxtase, mas a um estado de poesia que o enleve, que o sublime, que o faça refletir, voltar-se para o seu interior, enfim emergir simplesmente,  das coisas da terra que o circundam e ter como mergulhar na beleza que é sua origem.
            Atualmente contudo, a necessidade de áreas preservadas ou unidades  de conservação, UCs, com a proteção intransigente dos ecossistemas que a compõem, fauna e flora, extrapolam a destinação primitiva, isto é, serem intocadas e intocáveis, apenas para efeito cênico, tornaram-se vitais à sobrevivência no planeta.
            Diante da destruição que desde então já se fazia presente, já em 1823, profetizava o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva: “nossas terras estão ermas, e as poucas que temos roteado são mal cultivadas, porque o são por braços indolentes e forçados; nossas numerosas minas, por falta de trabalhadores ativos e instruídos, estão desconhecidas ou mal aproveitadas; nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo e do machado, da ignorância e do egoísmo; nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar do tempo faltarão as chuvas fecundantes, que favorecem a vegetação e alimentam nossas fontes  e rios, sem o que o nosso belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos paramos e desertos da Líbia. Virá então esse dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos”.
            Estamos a cerca de 12 anos da consumação total do que disse o Patriarca, pelo que as providências se impõem de forma inquestionável e enérgica, pois a maior parte do que ele disse  já se cumpriu.  Não se constata o cumprimento  dos objetivos do milênio.
            Urge fomentar o ecoturismo, medida considerada propícia no sentido de levar o visitante-turista  ao lazer, à satisfação de fotografar e de filmar e sobretudo à gostosa sensação de um encontro íntimo com a Mãe Terra e com os seres com os quais permanentemente ela está envolvida.
Nossa primeira Unidade de Conservação, o Parque Nacional de Itatiaia, foi criado em 1937. Hoje, contamos com outras, estão divididas em tipos, ou categorias segundo a destinação específica, em Parques Nacionais,  Estaduais ou Municipais; Reservas ou estações ecológicas.
O Projeto de Lei data de 1992, mas só a 18 de julho de 2000, pela Lei 9.985, foi regulamentado o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, SNUC, estabelecendo critérios e normas para criação, implantação e gestão de unidades de conservação.
Temos quase tudo no que se refere a instrumentos que nos permitem preservar a terra, seus componentes e sua força natural, resta que tenhamos bom senso e nos disponhamos munidos da melhor boa vontade, em tudo, fazer de forma a termos e assegurarmos para os que vierem no futuro, um ambiente puro e saudável.