quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A QUESTÃO É A CASA

Porque asssunto de meio ambiente é sempre atual.

            Sim,  a casa! Aquele “eco” que vem do grego “oikos” componente da palavra ecologia, quer dizer casa. Você sabia?
            A preocupação com a nossa casa fez surgir uma consciência mundial da necessidade de todos os povos contribuírem na redução da emissão na atmosfera, de gás carbônico considerado o principal causador do “efeito estufa”,  que ameaça o aquecimento do planeta em até três graus Celsius, em cem anos, derretendo geleiras, causando alterações climáticas, repercutindo em ainda pior qualidade de vida dos que no futuro viverão.
Buscando amenizar, realizou-se em Kyoto, no Japão, (1997), uma conferência, no curso da qual ficou definido que os países mais desenvolvidos, líderes, por ironia,  na emissão desse gás, deveriam diligenciar para que entre  2008 e 2012  tal emissão esteja reduzida em uma média global de 5,2%. Feito o cálculo do investimento respectivo resultou que são necessários bilhões e mais bilhões de dólares.
Surgiu portanto um outro questionamento,  quem vai pagar a conta?  E este foi, sem resultado satisfatório e sem unanimidade na conclusão, objeto da  Conferência de Haia, encerrada na sexta-feira da semana que passou. O certo é que tem que ser feito. O desenvolvimento que já não se concebe sem o qualificativo sustentável,  impõe o encontro dos meios, é  problema de inadiável solução. E para dar continuidade ao debate, a VIIª Conferência se realizará no Marrocos, já no próximo ano.
            O Brasil foi representado por  Fábio Feldman, secretário executivo do “Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas”. Por Luciana (16) de Brasília e por Martim (15) de Pelotas. É consolante  constatar que  as questões ambientais estão em pauta e são capazes de reunir gente do mundo inteiro e de toda idade.
O meio ambiente fascina! Carecemos de vontade inquebrantável, que impeça o desrespeito a bem que depois de ferido, nunca mais será o mesmo,  é o caso do “Penedo”, na Baía de Vitória. E não foi por falta de fazer ver “que um filho teu não foge a luta”,  porque sabemos dos esforços ingentes envidados por Beatriz Abaurre e seus colegas do Conselho Estadual de Cultura,  quando ela estava  presidente, no sentido de impedir. Inclusive, por se tratar de bem tombado. Quem sabe a ameaça que representa para o ecossistema mar, em Aracruz, a implantação Thotam?  Está na Justiça, esperamos que ela não seja tão cega!
            Notícias recentes nos chegam de que se pretende melhor proteger o Parque Nacional do Caparaó, o que  se traduz no aumento de sua área de entorno. Embora devidamente indenizada, significa destruição de lavouras de café.  E ai coloco uma  questão: tudo bem, proteger o meio ambiente é uma aspiração humana e justa, aquela beleza merece, mas não consigo entender, que  a solução preservar, passe exatamente por arrancar o que com muito trabalho alguém plantou.
            Há muito mais meio ambiente sendo degradado por aqui, esperando solução muito mais urgente do que o entorno de Caparaó e não se diga que faltam recursos, pois, pelo visto, quando a vontade é forte, o dinheiro sempre aparece. Logo, não é por falta de recurso que não se faz.

27/11/00