sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO

Estamos para encerrar o ano de 2011 e, certamente, não é o caso de agir como diante de uma porta que se fecha para nunca mais ser aberta. Importa antes uma reflexão de como foi vivido, tirando lições, fazendo consistir em aprendizado, não para ficar lamentando erros ou fracassos, há quem se comporte assim, mas para tirar lições, sejam desses como de qualquer outro acontecimento protagonizado ou assistido, para reestruturar projetos, rever cálculos, dimensionar o tempo, encaixar as metas.
Penso que os que vão ler o que estou escrevendo não sejam crianças ou ainda tão jovens em favor dos quais se reconhece ser o tempo propício para projetos. Na primeira juventude, identifiquem-se aptidões, as qualidades e os dons dos quais se é dotado para projetar o futuro com a melhor expectativa de que tudo dê certo, de se sair exitoso, de se dar bem. Uma vez feito isso, é hora de prosseguir agregando disposição cotidiana, praticando ações que se convertam no caminhar seguro e sempre mais promissor, o ideal será alcançado.


Os que já estão caminhando, mister examinar o projeto de vida que vive, remover eventuais obstáculos que estejam causando algum transtorno, os acidentes de percurso, até dificultando, quem sabe, impedindo realizações.
A esse ponto, alguém pode dizer: eu não fiz projeto nenhum, fui chegando onde podia, fui tateando, forçando portas que, se abriam, permitiam-me transpô-las; quanto aos caminhos, não os tracei, fui caminhando.
Realmente, quem sabe a maioria de nós não teve orientação de vida, seguiu intuições, muitos se sentem realizados, outros, nem tanto... Ao contrário, todos que vivermos, em menos de quarenta e oito horas, ingressaremos no ANO NOVO, 2012!
Que tal ser mesmo NOVO, diferente, o melhor, quase único.
Para isso vale parar um pouco, deixar cair as amarras, silenciar no mais profundo encontro só consigo e reconhecer-se, aceitar-se, perdoar-se, amar-se, admitir erros, identificar virtudes, aceitar fracassos, crer que não está só, reerguer-se, dar-se todas as chances, ter compaixão  de si, identificar o próprio viver, reestruturar metas, reinventar estratégias mais propícias, buscar resultados, crer que pode, afinal de contas é criatura criada a imagem e semelhança de Deus.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

JESUS NASCEU

Como todo mundo sabe, Jesus nasceu.
Chegou a plenitude dos tempos designados por Deus, tempo em que o Senhor considerou oportuno tornar efetivo o cumprimento da promessa de que o Salvador nasceria para resgatar o mundo do pecado.
Agora, cumpre-nos fazer por onde Ele seja recebido e amado à altura do que cumprirá em nosso favor.
Não é pouco que Deus se tenha desvestido de sua realeza, se tenha encarnado num ventre de mulher, se tenha feito homem como todo homem por uma causa de amor.
Veio trazer-nos amor, um amor incondicional, capaz de se dar, de não se poupar, de dar a vida por nós.
Santuário de Fátima
Jesus é Deus, é o Emanuel, é o Salvador, Jesus é a paz. Paz da qual precisamos tanto, da qual o mundo precisa para se reencontrar, para cessar o mal, a ganância, a violência. O mundo precisa de Jesus, o mundo precisa de paz. 
Digamos a Ele que estamos agradecidos por seu gesto de amor, que  não se sinta mais sem casa, pois lhe daremos um lugar onde se abrigar na nossa casa.
Jesus, permaneça conosco, entre nós, iluminando-nos com sua luz e com a sua verdade, sele tudo que fazemos, converta-nos ao seu amor, que reconheçamos o valor imenso de ser cristãos, por podermos, por seus méritos, chamar a Deus de Pai.
O Espírito do Natal transborde em nossos corações, nunca mais nos afastemos do Príncipe da paz e com Ele queiramos fazer com que  o mundo seja melhor e com todos os nossos irmãos da terra sejamos mais  felizes.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FRATERNIDADE E NATAL

Estamos na antevéspera do Natal, no tríduo que nos separa do grande acontecimento da maior história de amor da qual se tem notícia nesse mundo.
Profeta
É o Natal que se aproxima, é Jesus voltando à terra dos homens para lhes dizer amai-vos.
Ouvimos o ressoar das palavras do profeta Isaias: oi gente, fortaleçam esses braços cansados, firmem os joelhos vacilantes. Animem os aflitos: coragem! Nada de medo, ai está o nosso Deus!
Tenhamos, pois, queridos amigos, capacidade de romper as amarras das preocupações sem medida, da falta de esperança, creiamos: Natal é vinda de Deus ao nosso encontro, antecipando maravilhas, deixando-nos vislumbrar as belezas que contemplaremos, quando nos encontrarmos em Sua casa, em Sião, o céu. O deserto se torna jardim, cegos veem, surdos ouvem, mudos falam e coxos voltam a andar, quaisquer males são curados.
Com o salmista sintamo-nos peregrinos e deixemos sair nossa voz para louvar a Deus, apoiando-nos Nele.
Se nos parecer que a realidade é diferente do que somos convidados a crer, ainda assim, façamos tudo o que estiver ao nosso alcance entregando-nos à gratuidade do dom de Deus, na espera confiante e paciente de que mesmo que não sejamos nós a colher, a boa semente que lançarmos germinará, dará flores e frutos de paz, bem e amor para que outros degustem.
Isto é fraternidade!
Isto é Natal!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

SAUDADE

Saudade, mas o que é saudade?
que se sente e não se vê.
O que é esta dor
que machuca pra valer?

Que faz querer bem
até a quem não convém,
mas também a quem se tem
estimado muito além.

Saudade, esperança
de ver até quem
se há de querer;
de ter alguém
que não é mais possível ter.

É a oportunidade perdida
de um amor imenso,
intenso,
propenso a ser eterno.

O que é saudade,
pode ser tudo que já foi dito,
que se diz e se dirá
e ainda muito, muito mais.
e certamente muito mais
do que não se disse.

Saudade é rio que caminha para o mar...
É vento que sopra a desfolhar...
É meu sentimento que sequer se define.
É tudo de que me aposso
... e ainda posso repartir.

Ah, que saudade!!!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O QUE É MORRER?


Morrer é fechar os olhos, é a primeira coisa que faz quem morre se não os tinha fechado antes. Fecha os olhos para o que via antes. Assemelha-se a um propósito de não querer ver mais nada. Cansou-se do que viu antes.
É sair da vida, tornar-se incapaz de absolutamente tudo, de esboçar um mínimo de reação mesmo que seja para o que antes fazia tanto, impedir-se de morrer, impedir o próprio anulamento e ser arrebatado irreversivelmente pela morte.
Quem morre, como que não se compadece da dor que padecem os que o amam e sua morte choram. Deixa-se sepultar, isto é, provar o maior dos aniquilamentos enquanto o corpo cujo culto lhe merecera tantos cuidados, vai apodrecer e de tal sorte que só sepultado, pode não perturbar tanto odor fétido o ar que os demais respiram.
Morrer é deixar as coisas onde as havia colocado, os planos, se feitos, interrompidos, tudo com que se ocupou ou que constituía objeto de atenções e cuidados e por eles não sentir mais nada, perdem todo significado.
É não intervir mais em decisões de qualquer sorte e não dispensar a quem quer que seja qualquer tipo de cuidados, quanto mais às coisas.
Morrer é defrontar-se com a falência da vida e por acréscimo, chegada a hora da minha morte, sou eu que devo morrer. Só eu posso morrer minha morte, só eu morro por mim e por mais que alguém me amasse, minha morte é minha, ninguém pode morrer por mim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E COMO CHORAM!

DITADOR MORRE, NORTE-COREANOS CHORAM

Ditadura é a designação dos regimes não-democráticos ou antidemocráticos, ou seja, governos onde não há participação popular, ou que essa participação ocorre de maneira muito restrita.
Na ditadura, o poder está em apenas uma instância, ao contrário do que acontece na democracia, onde o poder está em várias instâncias, como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.[1]
Diz-se que um governo é democrático quando é exercido com o consentimento dos governados, e ditatorial, caso contrário. Diz-se que um governo é totalitário quando exerce influência sobre amplos aspectos da vida dos governados, e liberal caso contrário.
Ocorre, porém, que frequentemente, regimes totalitários exibem características ditatoriais, e regimes ditatoriais, características totalitárias.
O estabelecimento de uma ditadura moderna normalmente se dá via um golpe de estado.
WIKIPEDIA

Quem explica?
Peçamos a Jesus que nasça particularmente no coração de cada um daqueles nossos irmãos e descubram o valor da liberdade.

sábado, 17 de dezembro de 2011

VIDA , SAMBA PARA SAMBAR

Assim que eu quero ser lembrado.
Se existe coisa que me levanta o astral, que faz ressoar dentro de mim todos os acordes da música que tenho na alma, essa coisa se chama um bom samba. 
Dia desses, casualmente, (não sou boa telespectadora) frente à televisão, deliciei-me com a Marron dando à eloquente letra do samba, ao ritmo, à música, ainda mais intensidade, muito mais paixão, muito mais tudo de bom. Cantava de Edsone Aluisio,  não deixa o samba morrer...

Quando eu não puder pisar / mais na avenida,  /  Quando as minhas pernas  / Não puderem agüentar /  Levar meu corpo  / Junto com meu samba /  O meu anel de bamba  /  entrego a quem mereça usar...
Eu vou ficar No meio do povo, espiando / Minha escola perdendo ou ganhando /  Mais um carnaval 
Antes de me despedir /  Deixo ao sambista mais novo  /  O meu pedido final: Não deixe o samba morrer  Não deixe o samba acabar /O morro foi feito de samba  / De Samba, prá gente sambar...(4x) 

Maria Rita também canta, com um gingado de emocionar, enquanto a nossa Marrom, com todo respeito, da sua arroba, continua sambando pra ninguém botar defeito, mesmo que sem a leveza das passistas de sua Mangueira, de um jeito todo e só seu.
A inspiração me chamou a compor essas linhas ao ligar o computador e me deparar com a notícia de que o samba está de luto, JOÃOZINHO 30 FOI PARA O CÉU. Ilustra a notícia uma foto sua em plena avenida, delirando com a “Beija Flor”. Foi encimada com frase que traduz desejo por ele manifestado em alguma hora: é assim que eu quero ser lembrado. No samba, sambando, na avenida, no meio do povo, delirando.
De algum tempo, o Joãozinho já não andava bem, chegou a aparecer em cadeira de rodas, num desfile carnavalesco. A letra do samba enfocado se encaixa como testamento musical do nosso design do samba. Já não podia mais pisar na avenida, suas pernas perderam força e não mais o levavam até lá, junto com o samba.
Imagino quantas vezes sentado em sua cadeira de rodas, ter-se-á posto a cismar, olhando no dedo anular da mão esquerda, a oficial da aliança, aquele seu anel de bamba e pensado quem mais o mereceria usar.
Ao mesmo tempo, ainda que involuntariamente, abandona o primeiro sentimento e dispõe-se a, apesar de tudo, permanecer para sempre, no meio do povo, espiando sua escola passar em todo e qualquer carnaval.
Mas tem que voltar à realidade primeira e certamente fez esse propósito: antes de me despedir, deixo ao sambista mais novo, o meu pedido final: Não deixe o samba morrer. Não deixe o samba acabar. Além do morro todo e qualquer lugar foi feito de samba,
de samba, prá gente sambar.
É assim mesmo, Joãozinho, a vida é um tempo através do qual quem passa somos nós. Não havendo outro jeito, fica como se o jeito tivesse sido dado. Prossegue, estou certa de que, quando você divisou a aurora seguinte àquelas a que estava habituado por aqui, nasceu de novo.
Quando São Pedro estiver distraído, não perca tempo, reúna os bambas que o precederam e com eles organize por lá  uma nova escola, você vai-se sentir prosseguindo por uma vida que é nova.
Não se preocupe porque, mesmo que não tenha tido tempo de pedir ao sambista mais novo, os de todas as idades, enquanto estivermos por aqui, os que amamos o samba tudo faremos, não deixaremos o samba morrer, não deixaremos o samba acabar, na verdade essa vida é um samba, samba pra gente sambar.

Marlusse Pestana Daher
sábado, 17 de dezembro de 2011  18:40

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CRER PARA VER

Encontro de Maria com Isabel
Nem sempre colocamos toda nossa boa vontade, toda nossa capacidade de luta em prol da nossa fé. Recebemos a fé pelo batismo, fazê-la crescer é resultado de um compromisso diário com práticas de atitudes que comprovem nosso amor a Deus e contribuam para edificação das pessoas com as quais convivemos.
É necessário afirmar creio Senhor, e pedir em seguida e sempre: mas aumentai a minha fé.
No caminho da fé nosso melhor exemplo é Nossa Senhora tal qual disse Isabel: bem aventurada aquela que acreditou nas coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
Maria acabara de dar seu consentimento para que acontecesse o Natal de Jesus contentou-se com um mínimo de detalhes que o Anjo lhe apresentou, e no momento seguinte, iniciou sua caminhada na fé. Mais de uma vez o Evangelho atesta: e Maria guardava  esses   coisas no seu coração.
O caminho da fé se faz em escuros, o que exatamente importa é crer na fidelidade de um Deus que é amor. Não nos serve a atitude de Tomé que contesta o aparecimento de Jesus: se eu não o vir, se eu não tocar com meus dedos suas chagas, não creio  e foi repreendido por Jesus que proclamou: Bem aventurados os que não viram, mas creram.
O que Jesus ensina é que precisamos crer para ver e não, ver para crer. Como Maria, deixemos Jesus entrar em nós e propiciaremos que o Natal  que está chegando, seja bom para todos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

BROTOS NOVOS

Toda a liturgia do advento é um convite à humildade, à esperança, ao arrependimento e à conversão como forma de renovação da proposta de vida que Deus nos faz. Nesse projeto, verifica-se a chegada de um mundo novo onde todos os seres humanos, plantas, animais e até os minerais renascem, florescem, frutificam num convívio harmonioso. Não se trata de um paraíso que se perdeu, mas de uma nova sociedade que devemos construir. Trata-se sim de um mundo novo marcado pela humildade: um ramo brotará de um tronco, um renovo que surge das raízes.
Do profeta ainda vem o anúncio do surgimento de um rebento sobre o qual repousará o Espírito Santo portador  de sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade, temor.
Essa nova criatura ao atingir a maturidade conhecerá por dentro as realidades e não se deixará levar pelas aparências, estará cingida com a justiça que se traduz na defesa do direito dos pobres e dos pequeninos.
O mesmo profeta ainda ensina: quando se faz justiça aos pobres todas as coisas e pessoas se reconciliam. Justiça igual ao acesso a todos os direitos para que aconteça o que disse Jesus: eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.
Deus quer que sejamos brotos novos sobre os quais repousa seu espírito, o reino de Deus só aceita os que se tornam crianças reconciliados com a natureza e com os semelhantes.
O advento é bom tempo para consolidar esse projeto. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

MARANATA

O ser humano tem dentro de si a LUZ, mas prefere tatear pelo escuro, procura fora de si o que pode ser encontrado no mais íntimo do seu coração e nos seus semelhantes. Distancia-se dessa realidade que lhe é tão próxima e pensa poder vivenciar à distância pelo que mais anseia.
Achamos que para nos relacionarmos com Deus e ir ao seu encontro é preciso ter atitude de quem vai a algum lugar. Antes, importa acolher o desvelamento do mistério de Deus em nossa vida, até porque Ele é mais íntimo de nós do que toda nossa interioridade.
Importa, na expressão do Apóstolo Paulo, desnudar-se do homem velho para que surja a nova criatura com que o Pai nos revestiu na encarnação de seu filho Jesus.
De acordo com o Evangelho já nos deveríamos encontrar na mais íntima convivência com Deus, pois tudo foi feito por meio do Verbo que é a própria vida dos homens, a luz que nos ilumina. Verbo que está presente no mundo, o qual foi feito por meio Dele. Verbo que veio para o que era seu, que se tornou tão próximo de nós, a ponto de assumir a nossa natureza humana e armar sua tenda entre nós.
Gente, pelo amor de Deus, não corramos o risco de não crermos nessas verdades, de preferirmos caminhar nas trevas, quando há tanta luz para nos iluminar, para que também não seja dito de nós que Ele veio para os que eram seus e os seus não o receberam.
Ao contrário, pois é advento, digamos com entusiasmo verdadeiro: maranata, vinde Senhor Jesus !

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DESERTOS

A idéia de deserto perpassa as reflexões de advento. Deserto além de lembrar um lugar, é também idéia de absolutamente nada, mesmo sendo um lugar sem vida, impróprio para se viver, no deserto do advento há caminho.
Encontrar um poço, uma sombra, um oásis no deserto é o que mais quer, quem estiver caminhando por ele, pois a sede é arrasadora.
Quem se encontra em situações de desconforto e não é incomum que experimentemos situações assim, é como quem atravessa o deserto, tem sede e com ela alucinações de que a certa distância vê água e com isso se anima, esquece o cansaço e acelera o passo, para chegar logo.
No nosso desalento quem sabe, na dor e na tristeza estamos no deserto e nos lembramos do poço que é Jesus. Tomara que diante da esperança de encontrá-lo e assim nos recuperarmos, reunamos todas as nossas forças para correr em direção de Jesus e nos atirarmos nos seus braços e lhe entregarmos tudo que sentimos, tudo que padecemos, tudo que nos deixa mal.
Ele quer que tenhamos esse sentimento, essa certeza no seu amor. Se não tivermos sede, não nos damos conta do quanto a água é importante, se não passamos algum deserto de vida,  na vida, não sentiremos carência que  a aridez do lugar provoca, se nosso amor a Ele é pequeno, não sentimos falta DELE, então, por compaixão, Ele permite que nos sucedam desertos... Olhando a frente, veremos que Jesus nos estende os braços e correremos ao seu encontro e nos deixaremos cair no seu abraço.
Do Programa 5 minutos com Maria
Radio  América AM 690

Saudamos os novos leitores em Luxemburgo,
nos Emirados Árabes e na India.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

POSSÍVEL INSENSIBILIDADE

O tempo de Natal nos coloca numa atitude de quem espera e, se espera é porque deseja, ou mesmo, porque ainda não tem.
Natal é uma entre as tantas manifestações do amor de Jesus por nós. Só o amor, e não qualquer amor, mas amor de Deus, Jesus é Deus, justifica a capacidade de renunciar à própria natureza divina e fazer-se homem, sujeito a todas as fragilidades comuns aos homens, à natureza humana, para restabelecer o elo quebrado da aliança de fidelidade feita por Javeh com o povo eleito, o povo escolhido como seu povo.
Apesar de saber dessas coisas, ainda existe quem seja capaz de ficar indiferente, ou de não se tocar, não se comover, conviver com a realidade, de forma tão natural que acaba transbordando na indiferença. Sabe que tudo que tem, que é, se pode alguma coisa, é pela graça do Espírito Santo, mas “vai tocando a vida sem compromisso ou deixando-se levar”.
Quem estiver diante de tal insensibilidade ou fraqueza, que se pergunte: eu sou capaz de entregar a minha vida para salvar a dos outros? Foi o que Jesus fez. Esses outros são muitos, muitos, gerações de outros. Jesus foi capaz.
Que Jesus nasça no nosso coração, eliminando a indiferença da nossa alma e abrindo-nos ao seu amor para ser despejado a serviço de quem precisa, na construção do mundo, grande lar em que habitam irmãos, os que chamamos ao mesmo Deus de Pai.

domingo, 4 de dezembro de 2011

VIVER E VIDAS

Um cotidiano denuncia a falta de pagamento do bônus assegurado a alunos que concluem a 4ª ou a 8ª série do curso fundamental, cerca de quatrocentos reais. Diante da página, entretanto, o que mais me despertou atenção foi a foto que a ilustra: cinco mães de tais alunos, braços cruzados - conforme instruídas pelo fotógrafo, certamente, - mesma busca, mas que diferença pode ser identificada no olhar de cada uma.
Deixei-me longamente observar aquelas expressões. A primeira olha simplesmente, momentaneamente desviada do seu foco; a segunda demonstra no olhar atitude de quem repreende; a terceira, quase sorri, quase, mas nada indiferente; a quarta traduz um como é que pode tamanha indiferença (lógico diante da situação), a expressão da quinta, em parte como da terceira, exprime um contido: tudo isso não passa de uma grande sacanagem. Das cinco, duas se preveniam contra frio, outras duas revelam não estar nem ai, a última, um tanto faz, ou linha do meio.
Somos todos iguais, mesma origem, mesmas circunstâncias a amealhar-nos as vidas, mesmo destino final. Mas ninguém é igual e reage conforme a percepção que tem do que sente, da forma como sente, cada um tem seu mapa, isto é, sua maneira de interpretar o que vê e assim, construímos mediante nossas individualidades o mosaico fantástico que povoa a terra e chamamos de humanidade.
Apesar de todas as denominações já dadas à vida, apesar dos tantos conceitos com que já a definimos, entre os quais, de que é bonita, é bonita e é bonita! pelo que: não se tenha vergonha de ser feliz, a vida é também um mistério a ser desvendado.
Deveria ser fácil viver, primeiro, porque aqueles de quem se fala são viventes já redimidos por um Deus redentor, depois, porque como ninguém discorda, o sol nasceu para todos.
Mas não é bem assim e do nascer ao ir vivendo, cada um passa do santo ao malabarista, pelo artista, do inventor ao estrategista, ao driblador, ao fazer-se rio desviando-se de obstáculos para chegar ao destino final, cada um como pode, administrando o que acontece, ou como náufrago, o certo é que: todos acabamos por chegar lá.
É só, só quis falar de mais uma das impressões que me assaltam enquanto leio a vida, aliás, minha leitura preferida.
Somos tantos, muitos, iguais, ao mesmo tempo tão diferentes, uma única vontade fundamental viver intensamente, os meios acontecem, o como do modo que se faz, aqui e agora.
Não edito a foto em respeito aos direitos autorais.

Grande abraço a todos os que me agraciam incluido-se como seguidores do meu blog e para os leitores franceses que acabo de identificar.

Aceitem tão belas orquídeas,
fruto do amor de
 Maria Lucia Grossi Zunti,
querida amiga linharense.